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Uma das coisas que percebi quando comecei a trabalhar
no Japão foi a forma como as pessoas aqui lidam com o silêncio. Há um espaço de
tempo entre uma pergunta e uma resposta que certamente criaria algum desconforto
em outras partes do mundo.
No início, eu mesma tentava preencher os momentos de
pausa prolongada, mas depois percebi que isto faz parte da cultura daqui. Há um
tempo para absorver, digerir e só então colocar um ponto de vista.
Hoje em dia, muito mais adaptada a esse ritmo no
trabalho, além de achar este comportamento extremamente profissional também o
acho respeitoso. Não há pessoas se interrompendo para expor uma opinião mesmo
quando os pontos de vista são opostos.
Porém, o mais interessante é que nem todo mundo sente
a necessidade de falar nas reuniões. As pessoas falam quando tem algo para
dizer e quando ficam caladas, isso não é interpretado como falta de engajamento
ou mesmo de entendimento.
O Japão é com certeza o primeiro lugar que me proporciona
uma experiência assim. No ocidente, falar durante as reuniões é fundamental
para se fazer presente e importante.
Por muito tempo eu me acostumei com a ideia de que
ter voz num projeto é o mesmo que ter voz alta.
O ocidente valoriza quem fala. O silêncio incomoda e
o profissional que se destaca é aquele que com mais facilidade se
expressa.
E como essa situação se apresenta para profissionais
introvertidos? Será que eles têm o mesmo destaque dentro de uma empresa?
A americana Susan Cain e autora do livro “Quiet:
The Power of Introverts in a World That Can't Stop Talking” enfatiza que a
cultura ocidental criou o mito de que o ideal é ser extrovertido. No livro, a
autora explica que se um introvertido se sente pressionado a agir do modo
oposto, isso pode causar estresse além de exaustão mental e física.
Neste sentido, o Japão nos ensina que numa cultura
onde o silêncio não gera desconforto, um profissional introvertido tem muito
mais espaço e tranquilidade para trabalhar ao seu modo.
Se não podemos mudar a cultura do ocidente, podemos
sim como líderes, ter a empatia de entender que cada profissional tem um modo
distintos de atuar.
Desenvolver uma cultura no trabalho que não beneficia
um tipo específico de personalidade é importante. Afinal somos todos
profissionais com inseguranças em certas áreas, buscando ter o nosso valor
reconhecido e o nosso contributo apreciado, independente do que a nossa
personalidade possa favorecer ou não.
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