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A pergunta de um milhão de dólares: o que vai mudar nos
próximos anos nas tecnologias, nas forças de mercado e no comportamento do
consumidor, que influenciam o panorama dos media?
2020, foi talvez dos anos mais estranhos e disruptivos de
sempre, um ano onde novas mudanças tiveram início e outras, já em curso, foram
impulsionadas. A pandemia, enquanto
acelerador de tendências, teve um impacto enorme em áreas como o ecommerce, o
trabalho remoto e a telemedicina. Na indústria dos media e da publicidade, foi também
uma oportunidade para focar e reposicionar o negócio. Provavelmente, quando
sairmos desta crise, haverá duas reações muito diferentes nesta nova ordem
mundial: aqueles que abraçaram as mudanças e querem mudar ainda mais, e os que
esperam que as coisas voltem a ser como antes.
Esta divisão poderá trazer realidades muito diferentes em
todo o mundo. Países como a China, Austrália ou Nova Zelândia, com uma
recuperação mais rápida, poderão voltar mais depressa ao que tinham antes. Por
outro lado, nos países mais duramente atingidos, como Portugal, poderá
registar-se um ímpeto de avanço. Com as restrições surgem as invenções, algo
que faz parte do DNA dos portugueses, e o impulso advém frequentemente da
adversidade. Já dizia Henry Ford, “quando tudo está a ir contra si, lembre-se
que os aviões não descolam com o vento a favor, mas sim, contra”.
Esta tensão entre manter os avanços causados pela pandemia e o desejo
de voltar à vida anterior, poderá ser a força motriz cultural dos próximos cinco
anos.
Depois de meses a explorar as tecnologias emergentes e o
seu potencial como novas plataformas de media, a realizar análises, estudos e
insights sobre o impacto das mudanças nos clientes, investigadores da IPG Media
Lab, orientados por uma perspetiva de visão de futuro, apresentam no Outlook
2021, as 4 principais tendências.
A primeira, “The Anyware Economy”, ganhou impulso com a
revolução tecnológica e vai marcar uma nova era da comunicação digital. Não
foram apenas os hábitos de media e compras que mudaram, mas também o trabalho e
a vida social. O desprendimento do tempo e local físico para trabalhar, vai
reforçar os nómadas digitais e o culminar da democratização da criatividade e da
cultura digital - uma nova classe criativa que misturou permanentemente o seu
trabalho com a sua vida pessoal, e que num período pós-pandemia, vai querer
potenciar a sua experiência “anytime, anywhere, anything”, e a sua liberdade. Embora
as marcas desejem naturalmente atrair estes consumidores e estar presente nos
seus múltiplos ecossistemas de plataformas e serviços, também vão precisar de recrutar
as massas menos digitais. Isso significa manter os canais offline e integrá-los,
sincronizando experiências online e offline, com a máxima qualidade.
A segunda tendência, é a expansão do Gaming, além do
entretenimento, a setores como a mobilidade, saúde, educação, alimentação e
agricultura, governo, finanças, e associado a modelos de negócios e estratégias
“go-to-market”. Para as marcas é uma oportunidade de pensar no Gaming como o “novo
social”, onde os utilizadores se reúnem para se divertir online e onde se
construem reputações, confiança e “personas” que podem criar afinidades com a
marca, impulsionando o desenvolvimento de todo o processo criativo.
A fragmentação da Internet e da paisagem dos media digitais
e a balcanização do ciberespaço, é outra tendência apontada no Outlook 2021: “Splinternet”,
é uma realidade geopolítica que divide as agendas e os governos mundiais, pondo
em causa a globalização, com consequências também divergentes para as marcas, apresentando
novos desafios de complexidade, desde a conceção e segmentação de públicos até
ao desenvolvimento criativo.
Para concluir, e como 4ª tendência, a “Reinvenção do Contexto
Social”, que vai ajudar as marcas e os estrategas de marketing a utilizar os
dados sobre determinado contexto em vez de perfis, para dirigir as suas
mensagens. Neste sentido, o equilíbrio entre a comunicação do produto e dos
valores sociais e culturais é a chave, e as marcas que tiverem trabalhado a
ativação do seu propósito, com uma missão clara, atitudes colaborativas, e adaptadas
ao contexto, são as que irão ter mais “engagement”, maior aceitação da
sociedade e dominar a conversação.
A pandemia trouxe uma vivência coletiva de
interdependência humana, e a colaboração das marcas com os seus “stakeholders”,
com outras marcas de setores diferentes e com os seus concorrentes, são novos
caminhos de criação de valor.
Esta recontextualização fragmentada será, possivelmente, um
dos nossos grandes desafios culturais para esta década.
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