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Todo início de ano as grandes
empresas estabelecem uma margem de crescimento como parte dos novos objetivos.
Crescer é sempre a palavra de ordem: angariar novos negócios, adquirir novos
clientes, contratar mais pessoas.
Se pudéssemos atribuir
uma personalidade à essas empresas, elas seriam ambiciosas e constantemente
insatisfeitas. Até aí, nenhuma novidade, é o modelo capitalista.
Porém, nós que
trabalhamos neste mundo corporativo, muitas vezes sem perceber, nos tornamos um
espelho disso tudo. Todos os anos precisamos ganhar mais, obter um cargo mais alto,
comprar um carro mais novo e por aí vai. Nunca temos o suficiente. E pensar
assim é natural, pelo menos é o que nos parece. Afinal vivemos num mundo onde
todos buscam mais ou menos estes mesmos objetivos. Será?
Entrar em contato com
pessoas que pensam completamente diferente de nós é um grande exercício para
colocar as nossas ideias em perspectiva.
Há dois meses estou
trabalhando de um lugar bem remoto no Canadá. Aqui, num ambiente bem oposto à
Tóquio, o tipo de pessoas com quem convivo desafiam o meu modo de pensar.
Tenho conhecido pessoas
que, se observadas através da minha lente corporativa, seriam considerados
profissionais sem grandes ambições.
No mundo profissional,
ambição é uma qualidade bem vista e um meio para se alcançar o sucesso. E por
qual motivo uma pessoa não gostaria de ser bem-sucedida, ter um cargo mais alto
ou um salário maior?
A resposta é simples.
Porque nem todo mundo tem
as suas ambições de vida situadas no campo do trabalho.
E isso não quer dizer que
estas são pessoas infelizes profissionalmente. Na verdade, elas podem até ser
mais felizes do que aquelas que colocam todos os anos objetivos maiores no
campo monetário e profissional.
Dando um exemplo
concreto, neste último mês tive a oportunidade de conhecer um jovem guarda
florestal com uma experiência de 10 anos de carreira. Após alguns jantares
entre amigos percebi que ele é simplesmente satisfeito com o seu trabalho. Pensei
em quantos amigos meus sentem-se assim na sua vida profissional. As pessoas que
conheço estão sempre buscando algo a mais. Mesmo aquelas que já possuem um bom
emprego e salário.
Eu entupi o guarda
florestal de perguntas, estava curiosa sobre a rotina de acordar às 5 da manhã
e fazer a ronda pelos Parques Provinciais de West Vancouver Island. Existe
stress? Competição? Quais são os planos de carreira de uma guarda florestal?
Para a minha surpresa, o
meu novo amigo não tinha grandes planos para o futuro profissional. Atualmente
ele gosta do que faz e ainda tem tempo para surfar, viajar e viver. Usando as
suas próprias palavras, ele não faz muito dinheiro, mas também não faz pouco. Na
sua visão, ele faz o suficiente.
S u f i c i e n t e - uma
palavra que me fez refletir.
O que é suficiente para
nós tão emaranhados nesse mundo onde todos os anos devemos alcançar mais? Será
que todos queremos as mesmas coisas? Ou só estamos vivendo no automático sem
nos perguntar o quanto isso faz ou não sentido para cada um?
Não há nada de errado em
ser menos ou mais ambicioso. O que importa é aprender a diferenciar as nossas expectativas
das expectativas dos outros sobre nós.
Comecei a admirar esse
meu novo amigo - o guarda florestal - que consegue navegar na vida com prazer
por simplesmente entender que segundo os seus próprios critérios, ele é
suficientemente bem-sucedido.
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