Preparação para o futuro: Considerações para a Rentrée de um Gestor

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A opinião de António Jorge
Preparação para o futuro: Considerações para a Rentrée de um Gestor
29 de Agosto de 2024
Preparação para o futuro: Considerações para a Rentrée de um Gestor
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Preparação para o futuro: Considerações para a Rentrée de um Gestor
António Jorge
Consultor, Executivo e Docente Universitário
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Ao longo destes dezasseis anos em que escrevo para o site do Imagens de Marca, já por várias vezes tive a oportunidade de escrever no momento da Rentrée.


Embora pareça que é sempre semelhante, o retorno de férias e o voltar à atividade, é bem distinto a cada ano porque o contexto muda. E que contexto temos este ano que necessite de maior atenção por parte dos gestores?


Temos um cenário de definição frágil e de considerável incerteza, embora positivo, do meu ponto de vista. Para o analisar, importa, desde logo selecionar as áreas cuja dinâmica está particularmente volátil ou agitada. Seleciono a macroeconomia, a geopolítica e as tendências de marketing e de gestão.


 

Considerações macroeconómicas: Navegar na incerteza económica


O cenário macroeconómico internacional é particularmente importante para empresas exportadoras e, segundo o último Outlook do IMF (Fundo Monetário Internacional), o mundo apresenta um crescimento moderado entre os 3,2% e os 3,3% em 2024 e 2025, respetivamente.


É necessária atenção para este aspeto porque, não só o crescimento é moderado, como pode ser afetado por um conjunto de variáveis que estão muito instáveis: A evolução da inflação em cada país com impacto nas taxas de juro e na política monetária assim como as políticas aduaneiras protecionistas ou de “guerras comerciais”, como a que atualmente opõe a China aos Estados Unidos da América e as sanções à Rússia.


Esta realidade implica também uma análise “fina” de cada mercado alvo, uma vez que as realidades económicas são muito distintas, mesmo dentro do mundo desenvolvido ou mesmo da União Europeia.


 

Dinâmica geopolítica: O impacto da política e da defesa nas empresas


É necessário estar atento ao escalar dos conflitos armados ativos: Guerra da Ucrânia, Israel e ao conflito latente em Taiwan; assim como ao resultado das eleições nos Estados Unidos da América cujo desfecho terá significativo impacto na economia e na defesa mundial.


Existe também hoje, uma nova dimensão da guerra que pode, não só afetar os Estados, mas também infraestruturas vitais e/ou empresas relevantes para a defesa ou para a economia de um determinado país ou região. Falo da guerra cibernética. Importa também ter um olho nestes desenvolvimentos.


Por isto, as empresas poderão ter de investir em medidas de cibersegurança para se protegerem contra potenciais ciberameaças associadas a estes conflitos.


A situação em torno da navegabilidade do canal do Suez, ameaçada por terroristas pode implicar aumento do preço de produtos importados da Ásia, ou mesmo ruturas na cadeia de abastecimento.

 

Tendências de Marketing e Gestão


A personalização possível através da Inteligência Artificial e da análise de dados está a ser uma tendência na gestão de marcas, como refere a Forbes.


A sustentabilidade em todas as suas dimensões são uma tendência que procurei explicar amplamente no meu último artigo.


A já referida Inteligência Artificial, não só ajudará no tratamento de dados, mas também na automação. Esta é uma das áreas mais dinâmicas do conhecimento, onde o desafio de atualização e de seleção da tecnologia adequada implica foco e um esforço significativo. Diria que é mesmo uma obrigatoriedade acompanhar amiúde esta tendência, pela transformação digital que provoca.


Seleciono ainda a agilidade empresarial que afeta transversalmente as empresas. Isto é, a necessidade de fazer depressa e bem, vai da estratégia às operações, passando pelos recursos humanos; porque os desenvolvimentos tecnológicos geram serviços e equipamentos mais produtivos que necessitam ser incorporados e, por outro lado, alteram permanentemente o contexto, isto é o ambiente onde os negócios se desenvolvem, implicando uma necessidade de adaptação permanente.


Muito para aprender, muita complexidade e muitos desafios, é o que, seguramente a Rentrée nos traz.

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