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A
pandemia da covid-19 veio interferir na forma como nos relacionamos
uns com os outros.
A
distância física e social foi imposta para segurança de todos,
tendo sido necessário encontrar alternativas que permitissem manter
as relações pessoais. As tecnologias tiveram um papel fundamental:
graças ao telemóvel ou outros dispositivos tecnológicos foi
possível manter o contacto com a família e amigos, que de outra
forma não teria sido possível. O relacionamento interpessoal passou
a ter como base o mundo virtual: Mas será que a qualidade das
relações humanas se manteve?
De
acordo com os dados do Barómetro Europeu do Observador Cetelem, 75%
dos europeus não têm dúvidas de que o contacto virtual em
detrimento do físico é prejudicial para as relações humanas, uma
vez que a vida sem contacto enfraquece e contribui para a degradação
dessas relações. Os búlgaros (84%) e os romenos (83%) são os
europeus que manifestam mais esta ideia. Os
portugueses demonstram também o seu desagrado, com 78% a corroborar
com esta opinião, valor este acima da média europeia. Já
os alemães (67%) e os britânicos (66%) são os que estão menos de
acordo, devido à grande disseminação das práticas virtuais nestes
países.
Este
impacto não se faz sentir apenas na qualidade das relações
humanas, mas também na quantidade. 74% dos europeus consideram que a
vida sem contacto reduz a quantidade de interações nas relações
pessoais. Os polacos e os romenos são os que expressam mais esta
ideia (83% respetivamente). Os
portugueses também se encontram acima da média europeia (80%). Por
outro lado, mais uma vez, os britânicos (67%) e os alemães (64%),
são os que estão menos alinhados com esta ideia.
A
opinião de que a vida sem contacto não é a solução, está
disseminada entre os europeus. Menos de metade (44%) acreditam que
este tipo de relação funciona bem, sendo os franceses e os
britânicos que mais advogam esta opinião (51% respetivamente). Os
portugueses encontram-se bastante pessimistas, com apenas 37% a
considerar satisfatório este tipo de relacionamento. Países
como a Eslováquia e a Roménia (ambos com 33%) e a Áustria (32%)
são os que têm uma atitude mais crítica.
Relativamente
às relações interpessoais, os dados revelam que a comunicação
remota está a ganhar espaço pelo facto de as pessoas terem à sua
disposição os equipamentos necessários a essa comunicação (54%);
de haver uma maior abertura a esta possibilidade de comunicação
remota (51%); e por este tipo de comunicação ser positiva para
pessoas que vivem sozinhas (51%).
Questionados
sobre se costumam trocar a interação física pela virtual - por
exemplo, ligar a um familiar em vez de ir visitá-lo - 57% dos
europeus admitem que o fazem, seja ocasionalmente (41%) ou até mesmo
com bastante frequência (16%). Por outro lado, 43% dizem que
nunca/raramente o fazem (26% raramente, 17% nunca). No que diz
respeito aos portugueses: 14% revelam fazê-lo frequentemente; 42%
ocasionalmente; 31% raramente o fazem e 13% asseguram que nunca o
fazem.
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