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Nota da direção editorial: Ultrapassámos os nossos records de audiência em Televisão e Online nos últimos meses. Obrigado por ter estado connosco!
Agora, que começamos um novo ciclo, queremos continuar consigo e a tê-lo sempre ao nosso lado. Mais do que nunca é preciso estarmos juntos!
Cansados dos 40
minutos das séries que acumulam-se pelos tubos do streaming mundial, um dia
desses decidimos inovar: “Vamos assistir a um filme?”. Seria possível? Quase
duas horas ininterruptas de uma história fechada em só um “capítulo”? Uma
tarefa quase impossível nos meses passados - devido ao (pouco) sono do nosso
caçula – tornou-se uma possibilidade graças à regularização das noites do
miúdo.
Zapeamos por uma
infinidade de lançamentos, dos quais nunca havíamos ouvido falar, e parámos num
clássico: “Tubarão”, de 1975. Porque não rever o filme que criou o gênero
blockbuster nos Estados Unidos?
A história é
conhecida: chefe de polícia nova iorquino, que morre de medo do mar, acaba de
mudar-se para a pacata ilha de Amity (porque então uma praia?) e tem a sua
tranquilidade atormentada pela chegada de um tubarão assassino. Ao lado de um
cientista-investigador dos assuntos do mar e de um velho marujo caçador de
tubarões (AHAB!, cof cof), os três vão enfrentar essa máquina de matar feita da
mais pura borracha das quais eram criados os monstros de Hollywood nos anos 70,
e salvar o dia (não sem um deles ser devorado pela criatura).
Mas o que mais me
chamou atenção nessa história não foi a caça. Foi sim o personagem do “Mayor”
da cidade de Amity: diante da maior “tragédia” de sempre do vilarejo , o
político preferia contemporizar:
- “Quem falou em
tubarão? Essa miúda morreu presa em um motor de barco”.
- “Não foi o que o
legista disse.”
- “Pois agora foi!”
Afinal, aproximava-se
o grande feriado do 4 de julho, início oficial do verão. O período em que a
cidade mais lucraria no ano. Turistas chegariam aos magotes, e não se poderia
perder um tostão de tão polpudo período! Como ficariam os empregos das pessoas?
Os pobres donos de hotéis à espera dos visitantes? Os vendedores de
quinquilharias? Os professores de surfe? Seria um verão perdido! Esqueçam o
tubarão! Fechar as praias? Jamais! Bora para o melhor verão de sempre!
Lembra alguma coisa?
Para mim, que tenho o
azar de contar com “líderes” com mentalidades muito parecidas, tanto no meu
país natal quanto aqui nos EUA, sem dúvida lembrou.
“Líderes” que afirmam
que uma tragédia só tem números assustadores graças à quantidade de testes
efetuados.
“Líderes” que
deturpam e escondem os fatos, afirmando, desrespeitosamente, que uma pandemia
de nível mundial não passa de uma “gripezinha”.
Que cogitam a
hipótese de que deveríamos beber um bocado de um específico produto de limpeza
para proteger nossos corpos do vírus.
“Líderes” que chegam
ao cúmulo de proibir a exigência de máscaras em ambientes fechados. Tudo isso para
agradar bases eleitoreiras e abraçar interesses das classes que os elegeram.
E foi nessa última
atitude que percebi estar fazendo a analogia errada.
Eu os comparava ao
político interesseiro, inescrupuloso – vá lá, um bocado trapalhão – do filme.
Mas a partir daí, percebi que na verdade eles tornaram-se também o próprio
tubarão.
Máscaras são
comprovadamente uma das melhores formas de proteção contra o vírus. Uma forma
simples, prática e directa de conter a disseminação do vírus. Ser contrário a
uma atitude como essa é literalmente dar uma dentada nas esperanças de
contornar a situação.
Aqui em Nova Iorque,
é visível o uso de pessoas com máscaras. Mas mesmo assim não é o suficiente.
Afinal não faltam pessoas usando o tecido nas mais variadas partes do corpo,
menos onde devem. E isso numa cidade que passou por 3 meses de terror. Não
quero nem imaginar em outras que não passaram por um cenário tão difícil, onde
as pessoas são desaconselhadas a usá-las.
Por isso, fica aqui
esse meu apelo disfarçado de texto: se possível trabalhe de casa, lave bem suas
mãos, mantenha o distanciamento social. E use o diabo da máscara! Use direito,
proteja-se e ajude a proteger os outros dessa grande máquina assassina que
“nada” aí fora (e também nos nossos congressos).
Não é tão difícil.
Basta cada um fazer sua parte. Se não podemos contar com as boas referências
dos nossos “líderes”, envenenados pelos interesses e políticas, sejamos nós
mesmos os exemplos para salvar nosso verão.
Ou então, não haverá
“bigger boat” que nos ajude.
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