
Newsletter
Pesquisa

Depois de lançar uma das campanhas de Natal mais comentadas, que dá voz ao respeito e denuncia a violência contra as mulheres amplificada nas redes sociais, a Vodafone revelou ao Imagens de Marca o que não tinha sido dito até agora.
Em entrevista, Leonor Marques, Diretora de Marca da Vodafone Portugal, explicou que a campanha não é apenas publicidade, mas um convite à reflexão sobre masculinidade tóxica, cultura digital e segurança online, afirmando que “basta um minuto online para um em cada dez rapazes ser exposto a conteúdos de misoginia e masculinidade tóxica” e que “isso não é um fenómeno distante — está a acontecer em Portugal”, acrescentando que esse dado coincidiu com vários episódios nacionais e que a marca sentiu que “não podia permanecer em silêncio”.
Entre os novos detalhes revelados, Leonor destacou o post de uma artista portuguesa que desafiou publicamente homens a usarem a sua voz para o bem, comentando que “ninguém respondeu. Aquele silêncio foi ensurdecedor” e que, para a Vodafone, transformou-se “num gatilho, num impulso real de avançar”, sendo este momento decisivo para convidar uma figura masculina de grande influência para transmitir a mensagem.
Porquê Dillaz? “Porque a música também tem responsabilidade”
O convite a Dillaz foi deliberado e estratégico porque, explicou Leonor, “há uma tendência crescente de músicas que desumanizam a mulher” e ter alguém com o alcance do artista a assumir uma mensagem de masculinidade positiva “tem um impacto que nenhuma marca conseguiria sozinha”, acrescentando que “o impacto depende da capacidade de falar para quem mais precisa de ouvir” e que Dillaz representa precisamente o público que a Vodafone quer alcançar diretamente.
A campanha foi criada pela VML, que trabalhou durante meses num conceito capaz de quebrar expectativas sem perder a identidade emocional a que a Vodafone habituou o público no Natal. Leonor Marques explicou que a Vodafone tem “mais de dez anos de campanhas de Natal muito bem-sucedidas”, mas sentiu que estava “na altura de arriscar” e que o monólogo é “duro, direto — impossível de ser visto de forma passiva”.
O que não se viu no filme: o trabalho paralelo nas escolas
A Vodafone sublinha também que não lança campanhas sobre temas para os quais não tenha legitimidade, e através do programa Cidadania DigitALL, já foram impactados 10 mil alunos em 100 agrupamentos escolares com ações sobre comportamento responsável online, cyberbullying, masculinidade tóxica e positiva e uso saudável das redes sociais. A Diretora de Marca explicou que “é nas escolas que se formam as próximas gerações, mas queremos que esta conversa chegue também a pais e educadores”.
A grande novidade: “Isto não termina em dezembro”
A entrevista trouxe ainda a informação mais relevante para o público e para o mercado: a campanha não ficará limitada ao período natalício. Leonor Marques revelou que “dura o mês de dezembro, mas estamos a preparar uma iniciativa que lhe dará longevidade — ainda não posso revelar”, destacando que a marca usou “o megafone com responsabilidade. Uma marca como a Vodafone não se pode limitar ao negócio quando tem capacidade de influenciar conversas importantes”.
Segundo a marca, esta não é uma ação isolada nem um gesto simbólico de Natal, sendo que a Vodafone quer marcar presença no debate sobre masculinidade, cultura digital e segurança online a partir de programas educativos, parcerias e iniciativas prolongadas, e, como conclui Leonor Marques, “o monólogo pode ter sido o primeiro passo, mas a conversa e o compromisso continuam”.
Artigos Relacionados
fechar

O melhor do jornalismo especializado levado até si. Acompanhe as notícias do mundo das marcas que ditam as tendências do dia-a-dia.
Fique a par das iniciativas da nossa comunidade: eventos, formações e as séries do nosso canal oficial, o Brands Channel.