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As marcas dão-nos lições. E a Chanel é uma delas. O perfume mais icónico do mundo, Chanel No.5, celebra
este ano o seu 100º aniversário.
Criado em 1921 pela Coco Chanel, o perfume na altura
quebrou todas as regras no que a perfumes diz respeito. Até então o standard na
indústria de perfumes e fragâncias “soliflores” é que o aroma fosse de oriundo
de uma única flor.
O Chanel 5 veio revolucionar a indústria ao ser uma
combinação de mais de 80 aromas. O seu frasco, de forma quadrada e minimalista,
com um rótulo “clean” era também disruptivo para o seu tempo. Estes
ingredientes converteram este produto num ícone intemporal.
O que podemos aprender com o Chanel 5?
A inovação não pode ser uma palavra vazia
Muitas empresas incluem a inovação como um dos seus
principais valores e dizem frequentemente que está no seu ADN. Mas depois é
apenas uma buzzword que aparece no site e no relatório de contas. Inovar não é
ter ideias. Inovação é um processo que começa com uma ideia, o que é diferente.
A inovação implica também investir em research & development. A Coco
Chanel não desenvolveu o Chanel 5 sozinha. Desafiou o seu perfumista Ernest
Beaux e a sua equipa e investiu tempo e dinheiro para que pesquisas fossem
realizadas até se chegar à fórmula inovadora do perfume. Ou seja, se uma
empresa quer inovar tem que investir em research & development para que a
inovação se materialize.
A simplicidade dá trabalho
Ouvimos também muitas vezes a expressão “não compliques,
simplifica”. Porém para que seja possível simplificar temos que complicar
primeiro. O frasco do quadrado e transparente do Chanel 5 parece simples. Mas
para se chegar a este resultado o processo foi seguramente complexo. É preciso
idealizar, conceber, testar, planear, riscar, voltar a fazer do início.
Desistir e recomeçar veze sem conta. O simples parece fácil e dá a ilusão de
que qualquer um de nós podia fazê-lo. Mas o segredo da simplicidade está aí. É
que não é simplicidade é sofisticação, é um processo complexo polido aquele que
o frasco do Chanel 5 simboliza.
A sensação de intemporalidade
Os ícones dão-nos conforto, fazem-nos acreditar que num
mundo em galopante transformação e desafios constantes, há produtos que são
“solid as a rock”, que escapam perenes à passagem do tempo. A inovação quando
bem conseguida permite-nos quase que “congelar o tempo”, é como se alguma forma
o produto simbolizasse o passado, o presente e o futuro. O manter a
intemporalidade também não é um dado adquirido, apesar de parecer ser. A
intemporalidade requer que as marcas cuidem. E a Chanel cuidou do Chanel 5 ao
longo do tempo. Fez ligeiras alterações ao rótulo, aumentou a fonte e fez
pequenos ajustes. E cuidar da inovação tem estes ajustes, pequenos, mas
fundamentais. É quase como cuidar de uma jóia. E faz parte do processo de
inovação também.
Por fim, resta-me dar os parabéns ao centenário Chanel 5.
Não é o meu perfume de eleição, confesso, mas admiro a trajetória da marca, e
sobretudo a visão e legado da Coco Chanel ao mundo.
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