Newsletter
Pesquisa
Nota da direção editorial:
O jornalismo nunca foi tão importante para a economia do país. Apoie a produção dos nossos conteúdos tornando-se membro ou subscritor da nossa comunidade.
Faça parte de uma causa de empoderamento das marcas, das empresas e das pessoas que nelas trabalham.
O marketing e a gestão
ensinam que mais rentável que conquistar um novo cliente é fidelizar os
existentes.
E assim tendencialmente o
é, em particular se a empresa ou a marca conseguirem satisfazer plenamente os
seus clientes e, mais que isso, os conseguirem surpreender positivamente e
criar experiências memoráveis.
Contudo, o. mundo está
povoado de milhões de marcas que competem, muitas vezes nas mesmas categorias,
pelos mesmos mercados, pelos mesmos clientes, pela criação de experiências, por
vezes idênticas.
Facto é que as marcas têm
vindo a criar ditos esquemas de fidelização, através de descontos, prémios,
diversas ofertas, mas, cada vez mais, os clientes são menos fiéis.
O factor emocional sempre
tem tido um papel relevante, senão principal, nas escolhas e opções dos
consumidores, no entanto as novas classes de consumidores, em particular a
Geração Z, vem progressivamente adoptando processos de decisão mais racionais,
dando importância crescente à utilização em vez da posse, às funcionais dos
produtos e menos às características intangíveis das marcas.
Assim, o factor emocional
continua a ser muito relevante, e as experiências disponibilizadas pelas marcas
para isso contribuem, em particular daquelas que assumem um propósito relevante
e que contribuam para melhorar a vida das pessoas, mas ressalta igualmente o
factor racional nas escolhas dos consumidores.
O desafio é cada vez
maior: criar fortes experiências emocionais, mas estar atento, a cada momento,
às opções que os consumidores tenham à sua disposição, verificando a cada passo
se as ofertas de valor disponibilizadas serão as mais fortes e competitivas,
acompanhar através de sistemas de CRM, de IA, todos os pontos de contacto, de
forma a poder até antecipar as necessidades do cliente.
Um estudo internacional
revelou que 84% dos consumidores considera que a experiência que uma empresa
disponibiliza é tão importante como os seus produtos e serviços (State of
the Connected Customer 2018). No mesmo sentido, um outro estudo da
consultora Bain & Co., abrangendo CMO e Directores de Marketing
internacionais, revelava que 80% desses responsáveis diziam criar grandes
experiências aos seus clientes com as suas marcas, mas só 8% dos seus clientes
afirmaram que tinham tido grandes experiências.
Conclusão a tirar: muitos
dos profissionais de marketing não conhecem verdadeiramente o que os seus
clientes desejam, o que constitui cumulativamente um factor de não fidelização.
Curiosamente, ao
conversar há dias com Nuno Teles, Presidente da Diageo Beer Co, nos EUA, e ao
perguntar-lhe qual a estratégia de fidelização das suas marcas perante os seus
clientes, ele afirmou que a sua principal estratégia era o “permanent
recruitment”.
Na realidade, o permament
recruitment tem como objectivo que a marca em causa esteja sempre no top
of mind do consumidor, de forma a que esta possa ser a sua preferência,
aquando da compra de um produto da categoria em causa.
Isto, embora se trate,
unicamente, de uma posição de um responsável de topo de uma empresa, revela bem
que os clientes têm de ser permanentemente conquistados, mesmo os já
existentes, podendo-se a isto chamar ou não estratégia de fidelização.
Todavia, a verdadeira fidelização
– quando exista – é uma atitude voluntária e desejada, de fora para dentro,
isto é, do consumidor para a marca. Muitas marcas, na tentativa de segurarem os
seus clientes acabam por desenhar “esquemas de fidelização” que, embora
concedendo alguns benefícios, na prática são esquemas “que amarram” os clientes
à marca, em virtude de estes pelas contrapartidas recebidas, serem obrigados a
manter a relação durante um dado período, mesmo que durante o mesmo, por alguma
razão, não estejam satisfeitos com o serviço ou a relação.
Em conclusão,
chamemos-lhe conquista de novos clientes ou fidelização dos existentes. Na
realidade, mesmo no que se refere às tentativas de retenção dos clientes
existentes, as marcas e as empresas, no mercado actual, têm de desenvolver um
esforço permanente de permanent recruitment e não de take if for
granted, o facto de terem clientes ao momento.
Artigos Relacionados
A carregar...
fechar
O melhor do jornalismo especializado levado até si. Acompanhe as notícias do mundo das marcas que ditam as tendências do dia-a-dia.
Fique a par das iniciativas da nossa comunidade: eventos, formações e as séries do nosso canal oficial, o Brands Channel.