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Com a
pandemia do coronavírus a experiência de compra mudou significativamente. O
clima de medo que se instalou numa simples ida a um supermercado foi objeto de
análise de um recente estudo.
Esta análise, realizada pelo instituto de investigação
Séissmo na Alemanha e na França, revela que o consumidor, na hora de descrever
a sua experiência de compra (impregnada de uma boa dose de medo) vai muito mais
ao detalhe do que antes da era Covid-19. “Máscaras”, “desinfeção”, “gel”, “distanciamento
social” são algumas das palavras e expressões utilizadas no seu discurso nesta nova
jornada.
Temas como agarrar os carrinhos das compras, fazer fila,
estacionar o carro no parque, realizar compras na zona de frutas e legumes e
todo o stress associado à viagem até a um ponto de venda são aspetos que ganham
muito mais peso no momento de descrever a sua “experiência de compra”, tal como
afirma a plataforma Horizont.
De qualquer forma, o medo na hora de fazer compras mantém-se
estável ao longo de toda a pandemia e tende a reduzir-se à medida que o desconfinamento
continua. Quando o consumidor expressa, por exemplo, uma menor preocupação
sobre o simples ato de tocar em determinados produtos nos supermercados, isso
significa que o temor pelo contacto já está em frase de retrocesso. E se o
comprador foca a sua atenção nos produtos que recolhe e não tanto nas pessoas
que estão na loja – com receio de um contacto direto com as mesmas -, a chamada
“nova normalidade” parece começar a ganhar forma.
E se o consumidor ficar habituado a hábitos “anormais”, como
levar sempre máscara, ter de desinfetar as mãos e fugir de outras pessoas no
ponto de venda? Sentir-se-ia plenamente cómodo? A verdade é que não. Quando é
desafiado a pormenorizar a experiência de compras em tempos de Covid-19, o consumidor
faz um uso abusivo de palavras em modo negação (“não tocar”, “não escolher”, “não
encontrar”, “não esperar”, etc.).
De realçar que na denominada “shopping exfearience” o ato da
compra não começa na entrada do supermercado e não termina na hora de fazer o
pagamento. Esta experiência prolonga-se muito mais no tempo. Antes de visitar o
supermercado, o consumidor procura fazer uma lista de compras de forma a poupar
tempo no ponto de venda e evitar desta forma o contacto com outras pessoas. Já
quando chega a casa a pessoa tem ainda de desinfetar todos os produtos que
adquiriu.
Esta análise permite concluir que a experiência de compra é tudo
menos aborrecida com esta nova realidade. A “normalidade” irá reinstalar-se na
vida do consumidor quando o ato de ir ao supermercado voltar à (bem-dita)
monotonia.
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