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Na semana passada, ao sair de
uma casa de chá que fica no andar superior de um antigo edifício em Tóquio, o
dono do estabelecimento acompanhou-me escada abaixo até a calçada.
A
sua intenção era dizer mais uma vez “arigato gozaimasu” (muito obrigado)
enquanto fazia uma última reverência. Quem já teve a oportunidade de vir ao
Japão, sabe que é comum ter uma experiência assim ao sair de estabelecimentos
comerciais.
Antes
de iniciar uma refeição, os japoneses colocam as duas mãos juntas e dizem:
“Itadakimasu”, que significa “eu humildemente recebo esta comida”. É um modo de
reconhecer todo o processo que tornou possível aquela refeição. Já
no final da mesma, eles dizem “Gochisousamadeshita”, que significa “obrigado
por preparar essa refeição”.
No
ambiente de trabalho, depois de um projeto ou uma reunião, é muito comum ouvir
uma troca de “Otsukaresama” que significa muito mais do que um simples
obrigado. A tradução não é tão direta porque o japonês encontrou um modo
sucinto de dizer muito com uma só palavra. Em português seria um reconhecimento
pelo empenho dedicado.
No
Japão demonstrar apreciação é algo natural. Isso faz-me pensar o quanto nós, ocidentais, cultivamos este comportamento,
especialmente no ambiente de trabalho.
Segundo
uma pesquisa conduzida pela Reward Gateway, 75% dos colaboradores americanos disseram
que se sentiriam mais motivados e ambiente da empresa melhoraria se recebessem
obrigado mais frequentemente.
Desenvolver
uma cultura que promove e incentiva o reconhecimento faz com que os colaboradores
se sintam valorizados e mais facilmente realizados.
É
muito comum um líder reconhecer quando um time ganha um novo cliente ou cumpre
uma meta. Mas tão importante quanto aplaudir um time quando este alcança um
objetivo, é apreciar o esforço empregado durante o processo para lá chegar.
Algo simples como notar que alguém fez algo bem feito e simplesmente destacar
isso naquele momento. Não é preciso esperar a reunião de performance anual da
empresa para dizer a esse colaborador que o desempenho dele é muito bom.
Vou
mais além, é preciso também reconhecer o esforço aplicado quando o resultado
alcançado não é o desejado. Nestes casos, reconhecimento pode fazer a diferença
entre um time devastado emocionalmente ou motivado para iniciar um inevitável próximo
desafio.
É
interessante também incentivar colaboradores do mesmo nível de hierarquia a apreciarem
o trabalho um do outro. Quando integrei a equipa da Saatchi&Saatchi em Tóquio
notei que existiam cartões empilhados numa mesa. Estes eram feitos para
que as pessoas pudessem enviar uma nota de agradecimento aos seus pares. Essa
ideia gerava um efeito em cadeia, porque assim que um colaborador recebesse o seu
primeiro cartão, ele passava a observar melhor e destacar quando outros também tinham
uma boa performance.
Laura
Trice reforça na sua palestra no TED “Remember to say thank you” que todos nós poderíamos
dizer obrigado um pouco mais frequentemente. Eu não poderia concordar mais.
Num
mundo onde estamos todos lidando com muitas tarefas ao mesmo tempo, tentando
atingir grandes metas em deadlines cada vez mais curtos, um inesperado obrigado
tem o poder de nos assegurar que estamos no caminho certo. É um simples modo de
tornar o nosso dia-a-dia e o dos outros um pouco mais gentil e humano.
Muito
obrigada por ler este artigo!
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