Abrir o apetite para o consumo consciente

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Sentámos-nos à mesa com o Chef João Rodrigues
Abrir o apetite para o consumo consciente
22 de Julho de 2022
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Abrir o apetite para o consumo consciente
Francisco Branco
Jornalista e Coordenador Brands Channel

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Se há lição que retiramos desta pandemia é a importância de valorizarmos a produção local. A crise do coronavírus expôs as limitações das cadeias de fornecimento globais e mostrou como é fundamental a aposta nos fabricantes e nas marcas nacionais. 

 

Também por isso desde a primeira vez que ouvi falar do “Projecto Matéria” me apercebi do quão relevante é a sua missão. Trata-se de uma iniciativa criada pelo Chef João Rodrigues, que, depois de ter estado à frente do restaurante Feitoria durante 13 anos (onde, de resto, conquistou uma estrela Michelin), tem vindo a reunir os ingredientes necessários para dar consistência a este projeto que traz literalmente o tema da sustentabilidade para cima da mesa. Depois de vários anos de recolha de informações sobre os melhores produtores alimentares do país, o profissional reúne agora todos os dados numa plataforma, que nos desafia a pensar na origem dos alimentos e a conhecer as pessoas que os produzem. Foi com esse intuito que me encontrei com o Chef na The Millstone Sourdough, em Lisboa.


Esta padaria artesanal surgiu em plena pandemia quando David Jesus e Sandra Freitas decidiram começar a fazer pão durante o confinamento, numa altura em que o restaurante onde trabalhavam, o Belcanto, estava fechado. Depois de quase ano e meio de uma operação virtual, a padaria abriu portas no Parque das Nações e faz agora também parte da iniciativa desenvolvida pelo Chef João Rodrigues. “A partir do momento em que nós pomos uma cara e uma história agregada a um produto automaticamente ele assume outro valor, porque as pessoas começam a entender quem está por trás, como faz, o que passa para conseguir esse produto e então a ideia é exatamente fazer com que as pessoas consigam perceber e valorizar aquilo que se faz. A partir daí o intuito é que a pessoa consiga pagar um valor justo por aquilo que está a comprar, que é um produto sem químicos, limpo, saudável e que vai no fundo ser muito melhor para a saúde de quem o consome. Portanto, no fundo fechamos o ciclo e tentamos criar valor acrescentado em toda a cadeia”, explica o Chef que por agora se dedica inteiramente a esta iniciativa, percorrendo o país de lés-a-lés para ir ao encontro destas pessoas, que considera serem verdadeiras guardiãs do territórios, do saber-fazer, das tradições e até da identidade do país.


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Na plataforma digital podemos encontrar informação detalhada sobre estes produtores, que se distinguem pelas boas práticas agrícolas e de produção animal, que respeitam a natureza e o meio ambiente. Nós quisemos ir mais longe e ver in loco um desses projetos. Viajámos até Oliveira do Hospital para visitar a Quinta da Coitena, uma startup de agricultura biológica que produz, segundo a própria, os únicos perus biológicos nascidos em Portugal. A marca pratica um modelo regenerativo e holístico, permitindo que os animais vivam ao ar livre permanentemente a partir das seis semanas e que tenham acesso constante a pasto fresco. O objetivo principal é garantir a preservação do ecossistema e o bem-estar animal.  “Acreditamos que todos nós temos um papel para contribuir para a parte das alterações climáticas e na preservação do ecossistemas. Praticamos um modelo de economia circular, em que os dejetos dos perus servem para fertilizante da culturas hortícolas que praticamos, fertiliza também os nossos olivais e floresta. A parte hortícola que não tem saída para o mercado é, por sua vez, alimento dos perus”, refere Luís Brito, Gestor de Projetos da Quinta da Coitena, marca que podemos encontrar à venda em várias lojas e mercearias biológicas, no El Corte Inglés e nas lojas Go Natural. 


“O nosso papel passa por produzir alimentos mais saudáveis e ambientalmente amigáveis. Consideramos a carne de aves o futuro, quer pelo pelos seus índices de conversão, quer pelo seu maneio e impacto ambiental, quer pela qualidade nutricional para a saúde humana, porque as carnes mais magras têm elevados níveis de proteína, e pouco colesterol e gorduras”, realça o responsável.


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Contribuir para a sustentabilidade económica de produtores como a Quinta da Coitena é precisamente uma das missões do “Projecto Matéria”. “Temos dois tipos de mapeamentos dentro do projeto: um muito direcionado para os produtores, mas depois achámos que havia todo um complemento que tem a ver com lojas, ceramistas, no fundo, todo o tipo de artesãos, mas também queremos ter associados estudos de sociologia, história da alimentação, etc. No fundo, tornar o projeto uma ferramenta para quem quiser perceber mais e estar mais informado sobre todo o mundo da gastronomia, procurando contribuir também para um planeta muito mais saudável”, refere o Chef João Rodrigues.  A plataforma procura, em simultâneo, também responder ao perfil do chamado “novo viajante”, um turista informado, que procura autenticidade nas experiências e que mostra ter uma cada vez maior consciência no consumo.


Um recente estudo do Expedia Group, realizado com base em 11 mil entrevistas a consumidores de viagens de 11 mercados – EUA, Canadá, México, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, China, Japão e Austrália – mostra precisamente que 90% dos inquiridos procura opções sustentáveis quando viaja e mais de 38% está disposto a pagar mais para tornar a viagem sustentável. “Acaba por acontecer muitas pessoas quererem visitar estes produtores depois de conhecerem a sua história e de verem as imagens na plataforma. As pessoas hoje são muito mais informadas, são cada vez mais interessadas, mas, ao mesmo tempo, também são mais desapegadas e isto faz com que haja aqui uma oportunidade para todos, porque as pessoas ao já não terem contacto com as origens vão querer ter essa experiência e isso vai fazer com que as pessoas queiram viajar, queiram conhecer e ir à procura destas pessoas que, no fundo, são a identidade de um país”, afirma o profissional.


São tendências às quais Pedro Cardoso está atento. O fundador da Queijaria – Cheese Shop juntou-se também ao “Projecto Matéria”, dando-nos a provar alguins dos melhores queijos do país.  Criado em agosto de 2014, este espaço afirmou-se como o primeiro em Portugal especializado em queijos artesanais portugueses e internacionais de elevada qualidade. Em pleno Príncipe Real, em Lisboa, podemos encontrar hoje mais de 60 variedades de queijos, produzidos a partir de métodos tradicionais transmitidos de geração em geração, aproveitando as modernas técnicas de produção queijeira. “O nosso conceito é trazer queijos de elevada qualidade para as pessoas poderem comprar, provarem coisas novas e diferentes, não só portuguesas como também europeias. Temos um seleção de produtos nacionais, pequenos produtores e coisas que às vezes que não se encontram com facilidade. Eu próprio tenho alguma dificuldade porque a produção é pequena, mas a ideia é, de facto, trazer coisas diferentes”, explica Pedro Cardoso, que tem aproveitado o crescente interesse do turista internacional por Lisboa, uma capital cada vez mais na moda. “Quando está cá está de férias, o estrangeiro come queijo. Faz parte da alimentação tradicional dos turistas, não só com o vinho, mas mesmo ao jantar. Fazem uma salada, comem um queijo, bebem um vinho e ficam jantados”, diz o responsável.


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Para o Chef João Rodrigues o “Projecto Matéria” estará sempre em construção. A iniciativa, sem fins lucrativos, continua aberta a todos aqueles que queiram participar e ajudar a construir o seu mapeamento, contribuindo, assim, para uma missão que deve ser de todos: garantir a sustentabilidade da produção nacional, bem como o futuro do Planeta e das próximas gerações!


Assista à reportagem do Imagens de Marca que deu origem a este artigo:


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