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Nota da direção editorial: Ultrapassámos os nossos records de audiência em Televisão e Online nos últimos meses. Obrigado por ter estado connosco!
Agora, que começamos um novo ciclo, queremos continuar consigo e a tê-lo sempre ao nosso lado. Mais do que nunca é preciso estarmos juntos!
As industrias
criativas – nomeadamente a nossa da comunicação publicitária – são das mais
vocais no que toca a apregoar a necessidade de ter não só equipas
diversificadas em raça, credo, idade e género, mas também figuras no topo e na
liderança de empresas chave no mercado.
Se a regra numero 1 da
publicidade é a de que temos de fazer algo diferente para ter impacto, é lógico
– a meu entender – que deveríamos ter equipas constitui das por pessoas
diferentes, com diferentes pontos de vista e experiências de vida, para
apresentar soluções diferentes.
E é engraçado pensar que
nas últimas 3 décadas Portugal fez exactamente isso. Não a rodos, mas fê-lo de
alguma forma. Uma breve análise (pelo menos a que me lembro desde que ando
nestas lides):
Na década de 90, Edson
Athayde liderou a carga de internacionais brasileiros que chegaram a Portugal
para mudar para sempre o panorama da publicidade nacional. Logo a seguir ao
Edson, outros como Marcelo Lourenço, André Rabanea e Erick Rosa vieram para
fazer do nosso país a sua casa e reescrever a livro de regras da criatividade
deste pedacinho de terra à beira-mar plantado. (Perdoem-me a clichezada, tenho
saudades do meu Portugal). De repente, e graças a eles, as nossas televisões, rádios
e ruas ficaram muito mais alegres.
Na década de 2000,
abraçámos uma vaga de irmãos argentinos, encabeçados provavelmente pelo seu
nome maior Chacho Puebla, que trouxeram muito mais salero à nossa
comunicação. E as primeiras grandee interaçcões e integrações entre o online e
offline vieram mudar todo o paradigma do que era possível ser feito.
E na década de 2010 – e
após a crise financeira e consequente ‘fuga criativa’ do nosso próprio talento
para o estrangeiro – eis que vemos um regresso a Portugal desse mesmo talento
que apreendeu toda uma outra forma de trabalhar, todo um processo criativo
diferente – e exigente! – que Portugal precisava. E precisa. Destaco
nomeadamente ambas as Susanas, Albuquerque e Coerver, o Miguel Durão e o Jorge
Teixeira. Todos com responsabilidades diferentes, desde virar barcos até
construir os seus próprios barcos.
Mas, e acreditem ou não,
visto de fora, toda esta movimentação está a dar frutos. Porque aliados aos
suspeitos do costume como o Escritório, o Hotel, a BBDO ou a Lola, a fusão do
que é nacional é bom com o que é internacional é de valor acrescentado, começam-se
a construir bons plantéis para ir à luta internacional. Mas ainda falta um
bocadinho assim, já diziam os Suissinhos.
E eu creio que as
agências que tenham a capacidade de, neste momento, contratar talento
internacional – na sua busca eterna de fazer diferente – vão destacar-se pela
qualidade de craft, de valores de produção (não confundir com o orçamento gasto em produção) e de ideias com um olhar muito mais abrangente. Um olhar
global. Destaco nomeadamente o talento norte-americano e britânico, raros no
nosso país na maioria das vezes por não conseguirmos oferecer valores
competitivos. Mas sabemos também que em indústrias criativas, o dinheiro não é
tudo. A oportunidade de fazer trabalho de renome, com exposição e impacto na
cultura é tudo. As grandes holdings (IPG, OMNICOM, WPP e Publicis) deviam olhar
para Portugal – como já olham – como um hub criativo cujas exigências de
resultados financeiros não são tão apertadas (foco no “tão”), para adicionar
valor criativo nas suas network reputations. E como tal, essas networks,
desde a Ogilvy à FCB, VMLY&R ou McCann poderiam – e deveriam – liderar essa
carga de atrair o talento internacional (como já o faz, por vezes, em certos
projectos, com intercâmbio temporário) para fazer ainda melhor trabalho do que
já se faz em Portugal.
Temos tanto para oferecer
(outra clichezada, sorry) como país, que fica a ideia. Para passar ao próximo
nível é preciso pensar diferente. É também por isso que o tópico da Diversidade
e Inclusão é tão importante. Mesmo para o nosso pequeno Portugal, que, de
pequeno, só tem a área geográfica.
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