5 coisas boas que a Covid19 nos trouxe

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A opinião de João Gomes de Almeida
5 coisas boas que a Covid19 nos trouxe
3 de Julho de 2020
5 coisas boas que a Covid19 nos trouxe
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5 coisas boas que a Covid19 nos trouxe
João Gomes de Almeida
Managing Partner da Buzziness

Nota da direção editorial: Ultrapassámos os nossos records de audiência em Televisão e Online nos últimos meses. Obrigado por ter estado connosco!

Agora, que começamos um novo ciclo, queremos continuar consigo e a tê-lo sempre ao nosso lado. Mais do que nunca é preciso estarmos juntos!


A pandemia trouxe muitas coisas más. Poderia, para ser politicamente correto, usar este primeiro parágrafo para discorrer sobre os efeitos terríveis que o Covid19 está a ter nas pessoas, nas empresas e nas famílias. Mas decidi propositadamente (e egoisticamente até) saltar esta parte e focar-me num exercício bem mais interessante: entendermos o que de bom esta crise sanitária e económica nos trouxe profissionalmente e pessoalmente. Vamos lá, por pontos:

 

1) O teletrabalho 

 

Muitas vezes - muito antes de saber o que raio era um coronavírus - sonhei com um cenário idílico em que me levantava de manhã cedo, preparava um café e começava o meu dia de trabalho sem ter que sair de casa. Nos meus sonhos isso acontecia num lindo alpendre com vista para o mar (que não tenho) e iria fazer com que o meu trabalho fosse algo muito menos complicado e muito mais relaxado. Hoje todos sabemos que não funciona assim. 


No dia 12 de Março, estava a almoçar com a família da minha mulher, para comemorar o aniversário do meu sogro e estava longe de pensar que daí a umas horas iria estar a mandar todas as equipas para casa. Mas aconteceu. 


Tal como a maioria dos portugueses vivi o início do confinamento como um género de um homemade playground. Também eu me fartei de beber vinho, também eu experimentei dezenas de novas receitas, também eu fui descobrir todos os softwares de vídeo-call do mundo e por aí em diante. Mas também eu tive que lidar com um filho ainda bebé em casa, um cão e um gato que se comportam pior que o bebé, novos hábitos e novas rotinas.


Todos estes meses depois, posso dizê-lo com confiança: dificilmente, mesmo depois disto tudo passar, aceitarei trabalhar noutro local que não em casa. Ganhei foco, criatividade, tempo e liberdade - e senti que com as minhas equipas aconteceu precisamente o mesmo. Mas mais importante do que tudo isso, ganhei algo que é mais valioso do que qualquer outra coisa: a incrível experiência de ver o meu filho crescer ao meu lado.

Podemos dizer que no Pós-Covid19 o mundo laboral voltará a ser o que era. Pelo menos na nossa área tenho dúvidas muito sérias que tal aconteça.  

 

2) A transformação digital

 

Ganhar um new business implicava, até há poucos meses, muitas deslocações: receber o briefing do cliente, apresentar a proposta ao cliente, almoçar com o cliente, voltar à sede do cliente, marcar a primeira reunião pós-pitch para que o cliente conhecesse a agência e por aí em diante. Mesmo dentro das empresas tudo tinha que ser feito face-to-face: as conversas boas, as conversas más, a porra dos brainstorms, as reuniões de administração e por aí em diante. Quantos eram os dias que chegados a casa nos sentíamos exausto de estar no trânsito, no uber, a saltar de reunião em reunião, entornando uma chávena de café em cada uma delas - mas sempre com a terrível sensação de termos tido um dia muito pouco produtivo? Pois, não precisa de responder, ambos sabemos a resposta.


De um momento para o outro, descobrimos que a solução para grande parte dos nossos problemas estava mesmo ao nosso lado: no smartphone, no tablet ou no laptop. Afinal os documentos podem ser assinados on-line, as reuniões podem ser no Zoom, os brainstorms até funcionam no WhatsApp, a roupa pode ser comprada on-line, um e-book permite-nos comprar um livro e começar a lê-lo no mesmo minuto, o supermercado está sempre aberto no digital e podemos ter quase tudo em nossa casa em poucos minutos através de aplicações como a Glovo. 


O mundo digitalizou-se mais em três meses do que nos últimos 10 anos e nada voltará a ser como antigamente. A cabeça do consumidor mudou, as empresas alteraram radicalmente o seu funcionamento e os nossos hábitos transformaram-se de uma forma absolutamente radical. 

 

3) A diversificação dos negócios

 

Quando era muito novo levei uma empresa à falência. Daí em diante vivi sempre apavorado com a tendência para a especialização que alguns pantomineiros vendiam aos jovens. E isso acontecia-me tanto a nível pessoal como empresarial. Foi por isso que pessoalmente sempre tentei tocar o máximo de instrumentos possíveis: ser criativo, ser gestor, ser consultor de comunicação política, dar aulas, escrever em jornais, escrever livros e organizar eventos, nas mais distintas áreas. Na vida empresarial tentei também fazer o mesmo: não ter a empresa focada numa única área ao ponto de se ela sofresse algum corte abrupto isso condenasse o futuro do negócio. Foi o que nos valeu.


Durante os últimos meses, muitas foram as empresas que reinventaram e descobriram novas fontes de rendimento. O gestor de hoje - principalmente o dos setores mais afetados pelo impacto económico da pandemia - vive meses que equivalem a dois ou três MBA's de elite. A lição que ficará certamente para o futuro é que as pessoas e as empresas têm que ter sempre um plano A, B, C, D e quanto mais letras o alfabeto nos permita.

 

4) Uma nova perspectiva sobre a vida

 

O ritmo moderno e a pressão das redes sociais fez com que durante os últimos anos quase que em rebanho a sociedade estabelecesse uma espécie de check-list oficiosa e preocupantemente uniformizada das coisas que tínhamos de fazer e conquistar na vida para sermos tidos e aceites como pessoas "normais" e bem-sucedidas. 


Quase todos os CV's que recebo são aborrecidamente iguais: escola secundária, cursos de línguas estrangeiras durante a escola secundária, licenciatura, erasmus durante a licenciatura, voluntariado durante a licenciatura, mestrado, erasmus durante o mestrado, estágio curricular sugerido pela faculdade e por fim chavões de como "quero estar numa empresa em que sinta que acrescento ao algo ao mundo". Na vida pessoal: toda a tralha académica, mochilão pela América Latina, viagem de descoberta "do seu eu interior" à Ásia, emprego estável, casa própria com reminiscências vintage da infância na decoração, fins-de-semana em alojamentos locais com piscina que não aceitam crianças, casamento, filhos e fins de semana em alojamentos locais com piscina que aceitem crianças.


O Covid19 acabou, pelo menos nos próximos tempos, com muitas destas coisas, a começar pelas viagens e a acabar com uma alteração brutal no mercado laboral que infelizmente pagará pior, terá menos oportunidades e empurrará mais pessoas para o desemprego. Principalmente os mais jovens.


Como em todas a grandes crises haverá duas posturas possíveis: ficar a chorar sobre o leite derramado; ou em alternativa percebermos que esta é a melhor oportunidade de nos reinventarmos, quer enquanto profissionais, quer enquanto pessoas. Quanto mais originais formos, mais sucesso teremos.

 

5) Não podemos ter nada como certo

 

Se recebesse uma nota de 500€ de cada vez que ouço a palavra "o meu business plan para 2020 era uma coisa incrível em Janeiro" tinha mais dinheiro do que o lucro que o Getty Image teve durante estes meses com todas as campanhas publicitárias que foram feitas unicamente com recurso a banco de imagem.

Bastava o tipo lá na China ter fervido o Pangolim (ou morcego, ou lá o que foi) antes do comer e provavelmente não estaríamos todos nesta situação. Mas precisamente por isso temos que tirar uma lição importante dos tempos que vivemos: nada na vida é garantido e para sempre.


Talvez por isso tenhamos todos que aprender a viver mais intensamente, mais preocupados com o presente e fazendo menos conjunturas sobre uma realidade futura que daqui a 10, 5, ou 2 anos pode não ser nada daquilo que esperávamos.


Na vida como nos negócios o hoje importa mais do que o amanhã, o amanhã mais do que o depois de amanhã e assim sucessivamente. 



 

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