WTF é Labubu? - e como criou o 10.º homem mais rico da China

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A opinião de Joana Santos Silva
WTF é Labubu? - e como criou o 10.º homem mais rico da China
11 de Novembro de 2025
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Joana Santos Silva
CEO do ISEG Executive Education
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De criatura excêntrica a império global

 

Há menos de uma década, Labubu era apenas uma personagem saída da mente do artista de Hong Kong Kasing Lung: um pequeno ser de orelhas de coelho, dentes salientes e olhar inquietante. Estranho, feio, adorável - tudo ao mesmo tempo. Em 2019, a empresa chinesa Pop Mart percebeu o potencial daquele “monstro simpático” e adquiriu os direitos da personagem. O que se seguiu foi uma das transformações mais rápidas da cultura de consumo global: de uma figura underground a um ícone mundial de colecionismo.

 

O criador da Pop Mart, Wang Ning, viu na Labubu o que poucos entendem - a convergência perfeita entre arte, escassez e emoção. Hoje, graças a essa visão, é o décimo homem mais rico da China. O segredo? Um modelo de negócio que mistura estratégia de marca, psicologia do consumo e o fascínio contemporâneo pela experiência.

 

O motor do hype: a blind box

 

O coração do fenómeno está no formato “blind box” - caixas-surpresa em que o comprador não sabe qual personagem vai receber. É uma fórmula simples, mas poderosa: combina o prazer da descoberta, a adrenalina da incerteza e o desejo de pertença. Cada abertura é uma aposta emocional. Cada caixa, um potencial momento de glória partilhável nas redes sociais. E o comportamento repete-se - comprar, abrir, exibir - num ciclo que se assemelha mais a um jogo de sorte e status do que a uma simples compra.

 

É o FOMO - fear of missing out - transformado em um modelo de negócio. Na economia da atenção, o que vale não é apenas o produto, mas também a história que ele conta e a emoção que provoca. A Pop Mart compreendeu isso melhor do que ninguém.

 

A alquimia da proposta de valor

 

Labubu oferece um pacote completo de valor simbólico e experiencial — uma combinação que fala diretamente à geração Z e aos novos consumidores globais:

 

• Design distintivo e “quirky”: diferente, irreverente, fotogénico - feito para o Instagram.
• O fenómeno do colecionismo e do FOMO: séries limitadas e raridades alimentam a caça ao “santo graal” dos colecionadores.
• Identidade social e cultural: possuir uma Labubu é declarar “faço parte da cultura pop global”.
• Preço de entrada acessível: entre 13 e 16 dólares na Ásia - o suficiente para parecer acessível, mas raro o bastante para criar exclusividade.
• Narrativa de marca forte: um universo coerente de personagens, storytelling e mistério que evolui com cada nova coleção.

 

Da Pop Mart ao planeta

 

A Pop Mart estruturou-se como uma verdadeira love brand da era digital. As suas lojas flagship em Pequim, Xangai e Tóquio funcionam como templos do consumo emocional, onde filas quilométricas aguardam os lançamentos. Máquinas automáticas vendem blind boxes como cápsulas de cultura pop. Online, a marca floresce em vídeos de unboxing, comunidades de troca e fóruns de revenda.

 

Versões raras de Labubu, vendidas inicialmente por 15 dólares, podem atingir milhares de dólares no eBay. Em junho de 2025, uma figura gigante de 1,31 m foi arrematada num leilão em Pequim por 1,24 milhões de yuans (US$172.800). Essa valorização extrema não é exceção - é estratégia: quanto maior a escassez, maior o desejo.

 

O que o fenómeno Labubu nos ensina

 

Labubu é um estudo de caso sobre como marcas nascem no cruzamento entre emoção, cultura e economia digital. É também um lembrete de que a inovação não está apenas em criar novos produtos, mas também em reconfigurar a forma como as pessoas se relacionam com eles. Na era da atenção escassa e do desejo volátil, a Pop Mart criou uma fórmula de ouro: escassez + storytelling + comunidade = valor.

 

Talvez por isso a pergunta não seja “WTF é Labubu?”, mas sim: O que é que a tua marca está a fazer para despertar o mesmo tipo de emoção?


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