“We choose to go to the Moon”

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A opinião de Pedro Matias
“We choose to go to the Moon”
18 de Outubro de 2018
“We choose to go to the Moon”
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“We choose to go to the Moon”

Há uma frase muito marcante de John Kennedy, proferida em Setembro de 1962, num conhecido discurso na Rice University em que o Presidente Americano diz o seguinte:

“we chose to go to the moon in this decade and do the other things, not because they are easy, but because they are hard, because that goal will serve to organize and measure the best of our energies and skills, because that challenge is one that we are willing to accept, one we are unwilling to postpone, and one which we inted to win, and the others to”.

Esta é de facto uma frase marcante e que mostra a ambição que é possível dar a um determinado objetivo e a força e impacto que determinadas decisões políticas podem ter na economia e na sociedade.

Vem isto a propósito da aposta e do caminho que Portugal está a fazer na área do aeroespacial.

Muitas vezes pensamos que “indústria aeroespacial” e Portugal não ligam, não combinam, ou seja, que não temos grande tradição e envolvimento nestas atividades. Somos conhecidos pela nossa vibrante indústria do calçado, pela qualidade dos nossos têxteis, dos vinhos, da cerâmica, dos moldes, do turismo, da gastronomia, dos componentes automóvel, etc, mas na área do aeroespacial ainda não muito.

É um engano. Poucos saberão mas Portugal e a indústria portuguesa tem, por exemplo, uma presença permanente no Centro Espacial Europeu (CSG) na Guiana Francesa, um dos maiores portos espaciais do mundo e de onde são colocados em orbita mais de 50% dos satélites comerciais à escala global.

Várias entidades têm vindo a colocar, há vários anos, engenheiros e especialistas no Centro Espacial Europeu em missões de longo prazo. O primeiro colaborador português a ser colocado no porto aeroespacial da Guiana ainda chegou a tempo de assistir ao lançamento do Ariane 5, que levou a missão Roseta que se tornou mundialmente conhecida dez anos depois.

Hoje em dia existe mesmo uma Delegação na Guiana Francesa em parceria com a empresa francesa APAVE com uma equipa operacional permanente.

Para alem da atividade operacional diretamente ligada ao Centro Espacial, estamos também utilizar a infraestrutura local no âmbito de um projeto de desenvolvimento de tecnologia para a Agência Espacial Europeia e estamos a trabalhar com entidades industriais presentes no desenvolvimento de tecnologia de Realidade Aumentada para a redefinição das atividades de inspeção.

As empresas e a indústria portuguesa têm assim contribuído para o desenvolvimento e sustentabilidade da indústria aeroespacial europeia, que é a líder do mercado comercial mundial. Este é um dos mais longos projetos internacionais desenvolvidos e que tem permitido consolidar a sua presença no setor aeroespacial, mas também captar e desenvolver talento que depois transita para grandes projetos científicos internacionais tais como o Reator de Fusão Nuclear do ITER e o maior telescópio ótico do mundo (E-ELT) que está a ser construído pelo ESO. Muitas outras empresas portuguesas estão envolvidas hoje em dia em vários projetos relacionados com a indústria aeroespacial.

Entretanto, a realidade operacional e comercial do Centro Espacial está a mudar pelo os atores industriais presentes estão a adaptar-se às novas dinâmicas e oportunidades. Este processo abre múltiplas oportunidades que podemos aproveitar. O caminho que estamos a seguir passa por ganhar espaço, diversificar as parcerias e por outro lado projetar a experiência que estamos a adquirir nesta operação noutros cenários, como por exemplo o projeto de criação do primeiro micro-satélite português (Programa INFANTE).

Vem tudo isto a propósito do recente anúncio de criação na ilha de Santa Maria nos Açores de um porto aeroespacial. Este é um assunto da maior importância e que pode permitir a médio prazo a afirmação e consolidação de mais um sector de relevância estratégica fulcral para Portugal. Estamos a falar de um sector que é a “Fórmula 1” da indústria. Onde o melhor do melhor se conjuga todos os dias para colocar no espaço objetos que custam centenas de milhões de dólares e sem os quais a indústria, as economias e mesmo a sociedade já não consegue viver.

Portugal tem, hoje em dia, todas as condições para subir na cadeia de valor e se afirmar também na indústria aeroespacial dado que nos últimos anos várias foram as empresas e entidades que têm vindo a desenvolver projetos específicos nesta área.

A criação deste novo porto aeroespacial pode significar “uma nova Autoeuropa”, mas neste caso no âmbito do sector aeroespacial com um impacto estruturante a nível da educação e da qualificação dos engenheiros portugueses, na indústria, na criação de emprego qualificado e na economia.

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