Um tour pela Pixar

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A opinião de Luciana Cani
Um tour pela Pixar
12 de Agosto de 2019
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Um tour pela Pixar
Luciana Cani
Diretora Criativa Executiva da AKQA Portland

Por razões de trabalho, tive a sorte de conhecer um artista de CGI (Computer-generated imagery) que trabalha há 9 anos na Pixar. Quando apareceu o convite de uma visita guiada por ele nos estúdios, não pensei duas vezes. Já tinha ouvido que a Pixar não promove tours e para ter acesso é preciso conhecer alguém que trabalha lá.

Enquanto esperava pelo meu novo amigo no prédio principal - Steve Jobs building – e olhava para as pessoas ocupadas subindo e descendo as escadas, tive a mesma sensação que senti no início da minha carreira à espera de mostrar o meu portfolio na recepção das grandes agências em São Paulo. Na época, com 18 anos, olhava para aquele ambiente e só pensava que queria fazer parte daquilo. Sonhava em ocupar uma daquelas mesas ali no meio da criação. A Pixar teve esse primeiro impacto em mim. Me senti na pele de uma estagiária sonhando como seria trabalhar ali.

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Cheguei com dez minutos de antecedência e tive tempo de apreciar a coleção de estatuetas do Oscar que ficam ao lado do sofá de espera.

O meu tour começou com uma explicação da arquitetura do prédio principal. Este consiste num grande quadrado com um vão no meio e salas dos dois lados. O design é inspirado na funcionalidade do cérebro – com criativos trabalhando do lado direito e com técnicos do lado esquerdo.

Neste prédio há uma sala de cinema. Algumas pessoas estavam lá dentro à espera do início de “Willy Wonka & the Chocolate Factory”. Mas para além de passar filmes a sala é usada para feedback. Durante a produção de um filme, ainda na fase de storyboard, os funcionários são convidados para este auditório e através de um software, todo o feedback é coletado. Eles procuram comentários que coincidem e assim identificam quais são as áreas que tem que ser retrabalhadas na história.

São cinco anos que um filme demora em média para ser produzido, da concepção ao produto final. Três destes anos são usados no desenvolvimento da história com acertos e refinamentos. Os outros dois, são pura execução. Curioso pensar que o filme Coco pareceu ser lançado no momento certo, quando o México era um assunto tão atual. Mas a verdade é que foi pura coincidência. A decisão de investir numa história mexicana foi tomada há 5 anos antes do seu lançamento.

No meio do tour, cruzei-me com Pete Docter, o diretor do meu filme preferido da Pixar – Monsters, Inc. Os diretores são todos funcionários. Cabem a eles apresentarem ideias de filmes novos para um board que seleciona quais serão os próximos projetos da Pixar.

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Nas paredes vêem-se sketches e fotos de como alguns personagens foram criados.

O próprio processo em si é criativo. Pude ver como o “Forky” do Toy Story 4 foi criado num workshop onde pessoas personalizavam um talher de plástico.

Passamos por outros prédios onde produtores trabalham e pela área de lazer da Pixar que inclui um ginásio completo, piscina, quadra de basquete e de voleibol de areia.

O meu tour terminou em duas horas e meia, mas o impacto causado durou dias.

Tudo é gerado em torno do produto final - o processo é idealizado para entregar o melhor resultado e o ambiente é concebido para proporcionar o foco e o entusiasmo necessário.

Não me parece que prémios ou dinheiro estejam guiando as decisões mais importantes.

O controle de qualidade é gerado pela abertura ao feedback construtivo.

O tempo que se dedica ao desenvolvimento da criação da história é fundamental. Técnica é importante, mas o storytelling é ainda mais.

Tomada de risco é parte do negócio quando se escolhe uma história baseada no poder de emocionar e conectar com pessoas, sem prever qual será a tendência dali a cinco anos.

É por tudo isso que se percebe o orgulho que as pessoas têm em trabalhar ali. A informação do filme a ser lançado não sai, há um respeito pelo trabalho e pelo lugar, aspectos que só uma cultura forte é capaz de fomentar.

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Tirei uma última foto com a famosa lâmpada em tamanho gigante no jardim e fui embora pensando que o sucesso tem explicação - ele acontece quando as prioridades estão no lugar certo.



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