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Sempre me senti fascinado por esta Península que está a pouco mais de uma hora de distância de Lisboa. Mas, por inúmeros motivos, nunca tinha arranjado a altura ideal para conhecê-la.
Tantas foram as vezes que nas minhas viagens ao Alentejo e Algarve senti vontade de fazer um desvio e visitá-la. Tantas foram as vezes que a partir de Setúbal ou da Serra da Arrábida apreciei a sua beleza. Mas só no ano passado finalmente decidi pisar o seu extenso areal e mergulhar nas águas transparentes do seu mar. Este verão voltei a fazê-lo, mas, desta vez, em reportagem para o Imagens de Marca. Tróia é considerada por muitos como um autêntico paraíso e percebe-se porquê. Rodeada por parques e reservas naturais, esta faixa dourada é um destino por excelência para quem se quer desligar da azáfama do dia a dia e que quer fazê-lo de uma forma sustentável!
A Península tem permanecido, de alguma, resguardada da pressão turística graças a projetos que procuram manter o equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e as atividades de lazer para a família. É o caso do Pestana Tróia Eco-Resort. À nossa espera está José Roquette. O atual administrador da área de desenvolvimento do Grupo Pestana foi um dos profissionais que há 10 anos esteve envolvido na construção deste projeto, considerado desde sua génese um dos maiores empreendimentos de turismo ecológico do país, e que hoje continua a fazer da sustentabilidade uma verdadeira âncora diferenciadora.
“Desde o início que tínhamos a noção de que estávamos a desenvolver um projeto num local que iria exigir um enorme cuidado. Foi um projeto que foi obviamente objeto de avaliação ambiental e por isso mesmo demorou muito tempo a ser a ser desenvolvido. Eu julgo que nós soubemos fazer das restrições que existiam, e que tinham que existir para um local destes, pontos fortes do projeto. Desde logo quisemos fazer infraestruturas que fossem viradas para o futuro e não tradicionais”, revela. Um exemplo deste esforço foi o investimento em vias de circulação que não impermeabilizassem o solo. É por essa razão que aqui não existem estradas de asfalto. Mas há mais. “Por exemplo, nós temos aqui uma interdição para os proprietários de plantar espécies que não sejam autóctones. Tudo o que existe aqui já existia antes de nós cá estarmos. Nunca foi regado. Portanto, não existem aqui relvas e palmeiras. Não existe esse tipo de cenário”, afirma. Neste resort de 100 hectares, em que 50% é reserva natural e 5% construção, também a nível das soluções arquitetónicas houve um trabalho de fundo, tendo sido consensualizados os princípios fundamentais que cada um dos arquitetos devia seguir, quer em termos de materiais, quer em termos da própria harmonia arquitetónica.
Quem percorre o Pestana Tróia Eco-Resort percebe como o empreendimento se encontra em perfeita harmonia com a natureza. Eu tive oportunidade de comprová-lo através de uma pequena viagem de bicleta. Aqui é fácil fazê-lo. Para incentivar a mobilidade sustentável, o resort oferece duas bicicletas por cada casa. É uma forma de envolver os proprietários na estratégia que o Grupo Pestana tem construído nos últimos anos.
“Simbolicamente fizemos uma declaração, o Compromisso de Troia, onde definimos cerca de 10 princípios. São 10 mandamentos de bom senso, que tem a ver desde a reciclagem até à proteção das dunas, de certa forma para convidar os proprietários a adotarem essas boas práticas ambientais, de forma a que isto não tenha sido apenas uma preocupação na conceção, mas seja depois na vivência”, refere o administrador. O Grupo Pestana criou mesmo um programa para agregar todas as suas iniciativas de sustentabilidade, o “Planet Guest”. Com a assinatura “somos apenas hóspedes do Planeta”, a marca reflete a consciência de que a valorização dos recursos naturais é determinante para o futuro do negócio. Uma ideia que, de resto, é hoje preponderante para qualquer projeto que deseje ganhar força de marca na área do turismo.
“Uma marca terá sucesso se ela também ela própria for sustentável, se fizer um estudo continuado e aprender com as outras. Uma marca não se faz por si só no momento de algo que é uma moda ou de algo que é uma tendência. Não. A sustentabilidade projeta-nos no curto, médio, longo prazo e isso requer conhecimento. Isso requer estudo por parte de quem tem a marca em suas mãos”, afirma Marta Sotto-Mayor, especialista em gestão hoteleira e turismo. A profissional sublinha a importância da aposta na formação dos recursos humanos deste setor. “As marcas tomam muita energia dos departamentos de marketing naquilo que é o pensamento dos produtos, dos serviços, dos slogans da comunicação. Depois chegamos às operações, e àquilo que é efetivamente o momento tangível do cliente, em que as coisas não são visíveis. É preciso efetivamente capacitar as pessoas. Capacitar, dar-lhes conhecimento e explicar-lhes como se faz. Como é que é a atitude de cada um no dia a dia no desempenho das suas tarefas pode contribuir para esse propósito maior”, sublinha.
A experiência pioneira em Troia tem sido uma verdadeira aprendizagem para o Grupo Pestana. José Roquette revela-nos que o grupo, através do envolvimento dos colaboradores e das comunidades onde está presente, procura atualmente replicar as melhores práticas de gestão ambiental e social nos hóteis que detém a nível nacional e internacional. Ao todo, são mais de 90 unidades, entre hotéis e pousadas, espalhados por 16 países. “É bom lembrarmo-nos que há 50 anos infelizmente não tínhamos a mesma preocupação com o meio ambiente como hoje temos, não é? Acho inevitável. É incontornável e é um erro absoluto que nós não carreguemos esta grande preocupação em todos os projetos que vamos desenvolver”, afirma o administrador, que exemplifica: “Temos um campo de golf no Algarve que vai que vai passar a ser regado com água residuais de uma ETAR. É uma coisa absolutamente nova. Há uns anos ninguém imaginava nisso quando se falava no golf. Hoje há alternativas, há muitas ideias novas, há tecnologia. Esta é uma caminhada de transformação que vai ser cada vez mais urgente e que no nosso caso vai ser cada vez mais intensiva dentro do grupo”, afirma.
É o exemplo de uma marca que, ao longo de 45 anos de experiência na hotelaria, procurou ganhar força e notoriedade, dentro e fora de portas, graças a um percurso construído com base nos princípios rigorosos da sustentabilidade, tendo a consciência da importância de preservar os recursos daquela que é, para já, a nossa única casa.
Veja ou reveja a reportagem do Imagens de Marca que deu origem a este artigo.
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