Transformação digital nos media: um caminho sem retorno

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A opinião de Alberto Rui Pereira
Transformação digital nos media: um caminho sem retorno
29 de Maio de 2025
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Transformação digital nos media: um caminho sem retorno
Alberto Rui Pereira
CEO IPG Mediabrands Portugal
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A tecnologia e a digitalização representam forças fundamentais que estão a transformar profundamente o panorama do marketing e do negócio, abrangendo meios como o Out-of-Home (OOH), TV e outros canais de comunicação. Em Portugal, essa transformação é evidente e, previsivelmente, continuará a acelerar, sem possibilidade de retorno.


O meio OOH tem passado por uma revolução impulsionada pelos avanços tecnológicos. Antes restritas à comunicação estática em suportes (MUPIS, transportes e suportes de maior dimensão), as campanhas de OOH evoluíram significativamente com a introdução de novas tecnologias: ecrãs digitais, realidade aumentada e acesso a dados. Essa transformação não só aumentou o impacto do meio, como também o tornou mais dinâmico, interativo e eficaz.


Nos últimos anos, observámos um crescimento robusto do OOH digital em Portugal, especialmente nas principais cidades como Lisboa e Porto, em que concursos públicos estimularam a instalação de painéis digitais de grande dimensão e visibilidade. Os formatos visuais, sobretudo vídeos mais dinâmicos e com maior riqueza de conteúdo, permitiram uma gestão mais flexível das campanhas, reduzindo custos e tornando a produção mais célere. Essa digitalização possibilitou explorar o potencial do meio, promovendo campanhas mais relevantes e personalizadas.


A tecnologia e a digitalização abriram caminho para maior inovação e criatividade na exploração do OOH. Com ecrãs digitais e painéis LED, as marcas podem adaptar o conteúdo, considerando fatores como localização, horário e perfil demográfico, criando campanhas que se destacam na paisagem urbana, em zonas de grande tráfego, e captam a atenção do público. Além disso, a segmentação de audiências e a interação direta aumentam o envolvimento, tornando o contato mais relevante e memorável.


Outro avanço importante é o uso de DATA, que permite às marcas obterem métricas mais sofisticadas e precisas, incluindo indicadores de conversão, visualizações e taxas de engagement. Essa capacidade de análise possibilita uma avaliação mais rigorosa do impacto das campanhas, com o ROI (Retorno sobre o Investimento) como uma métrica cada vez mais utilizada para otimizar estratégias com base em dados concretos.


A integração do OOH com outros canais de marketing digital é outro aspeto a destacar. As marcas podem sincronizar campanhas em outdoors com anúncios online, potencializando o impacto e a memorização da mensagem. Por exemplo, outdoors podem convidar o público a interagir através de QR Codes, sensores ou links, criando experiências integradas e envolventes.


A digitalização do OOH oferece flexibilidade incomparável, personalizações para diferentes públicos e horários, além de campanhas dinâmicas que interagem com os consumidores. Essa tendência indica um futuro em que o meio se torna cada vez mais integrado com a estratégia digital, potencializando o valor e o alcance das ações publicitárias.


O mesmo caminho de transformação está a acontecer na televisão. A evolução tecnológica tem mudado o modo de consumo, a utilização e exploração das audiências, tornando a TV mais digital, dinâmica e interativa. Essa transformação promete elevar ainda mais a experiência televisiva, oferecendo maior qualidade e possibilidades de interação, especialmente com o crescimento das plataformas de streaming, CTV através de vários suportes, nomeadamente as Smart TVs.


A era digital não só trouxe avanços tecnológicos, mas também redefiniu o papel da televisão, com consumos relevantes e opções inovadoras. Plataformas de streaming, novos formatos de anúncios e experiências imersivas que mudaram drasticamente a forma como os conteúdos são apresentados. Serviços como o Playce, por exemplo, já absorvem mais de 10 milhões de euros de investimento, demonstrando o potencial de publicidade endereçada e personalizada.


Com um parque de Smart TV cada vez maior e potenciador de outras formas de consumo e acesso direto a outras fontes de conteúdos, a tendência no futuro é que a inovação publicitária se torne cada vez mais forte, com estratégias que proporcionem mais interação, por exemplo, permitindo interagir diretamente com os produtos em tempo real, para obter mais alcance e eficácia para as marcas.


Apesar do consumo de TV linear ainda predominar, o consumo não linear cresce rapidamente. Atualmente, cerca de 30% do consumo de TV é não linear — incluindo time-shift (gravações) e plataformas de streaming, que já tem uma penetração de  47% do universo de 15-74 anos, com um consumo médio diário de uma hora e um share de audiência de aproximadamente 18%. Neste contexto, os grupos de media nacionais estão a desenvolver plataformas próprias para responder às plataformas internacionais de streaming, como a TVI Player, RTP Play e OPTO.  Também as plataformas internacionais de streaming presentes em Portugal começam a abrir a sua oferta à publicidade, com o DISNEY+ o primeiro a dar este passo.


Estamos no limiar de uma era na indústria televisiva, caracterizada por maior digitalização, flexibilidade e integração de conteúdos, que será cada vez mais rápida e dinâmica. Esta transformação contínua permitirá às marcas explorar novas oportunidades, combinando estratégias tradicionais com inovações digitais para obter melhores retornos de investimento.


Essa mudança estrutural e tecnológica não se limita ao OOH e à TV, estendendo-se também ao áudio/rádio e ao cinema. A tecnologia será o motor dessa evolução, e o sucesso estará na capacidade de explorar novas oportunidades, aliando o digital ao analógico — que ainda permanecerá — para criar uma experiência mais rica, eficaz e orientada por dados.


Estamos perante uma era digital que exige uma visão integrada e inovadora para conquistar audiências cada vez mais conectadas, exigentes e diversas. As marcas que souberem adaptar-se às novas regras do marketing e aproveitar essa transformação terão certamente uma vantagem competitiva.

 

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