Text to everything: estará o futuro das artes nas aulas de português?

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A opinião de Nuno Crispim
Text to everything: estará o futuro das artes nas aulas de português?
12 de Outubro de 2022
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Nuno Crispim
Diretor de Marketing Vitacress
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Diz a piada que “Para bom entendedor, meia palavra ba.”. Pois bem: nos dias que correm nem o “meia palavra” faz falta nesta frase, já que um sem número de sistemas de inteligência artificial estariam prontos para terminar não só o resto da frase, como para a explicar, a ler, ilustrar e até filmar.

 

Em tempos sonorizei um anúncio em que uma criança se aproximava sorrateiramente da mãe, lhe tapava os olhos com as mãos e dizia apenas “Cucu!”, o suficiente para que o orçamento de ambas as vozes fosse idêntico, na casa das várias centenas de euros. Fast forward 15 anos e leio que o ator James Earl Jones, conhecido entre outros feitos por dar voz a Darth Vader, vendeu os direitos da sua voz à Respeecher para que esta a possa recrear no futuro, uma técnica que também permitiu ao ator Val Kilmer “falar” no recente filme Top Gun Maverick, apesar de na vida real ter perdido a voz na sequência de tratamentos oncológicos.

 

Estes são apenas dois exemplos em que trabalhos criativos e profundamente ligados ao humano que os executa deixaram não só de requerer o seu envolvimento, como até o seu consentimento, podendo ser usados muito depois da sua morte. Hoje existem vários sistemas que permitem criar textos, músicas, imagens e até vídeos “inspirados” não só em autores de carne e osso, como 100% originais, com custo zero ou negligenciável, acessíveis a qualquer um com uma ligação à internet e produzindo uma qualidade que não só os torna difíceis de distinguir dos originais, como chega mesmo a ultrapassá-los (que o diga Jason M. Allen, vencedor de um concurso de arte digital graças ao sistema Midjourney, gratuito, que gerou uma imagem fabulosa num cruzamento de estilos renascentista e steam punk a partir de uma simples descrição de texto).

 

Mas há mais… Writer’s block? GPT-3 prompt generator. Fazer vídeos com um apresentador virtual? Synthesia.io. Desenhar uma casa de sonho? Thishousedoesnotexist.org. Imagens de pessoas “novas”? This-person-does-not-exist.com. Fazer jogos sem saber programar? OpenAI Codex. Vozes para sonorização? Replica studios. Música de fundo? Beatoven.ai. Etc., etc., etc.

 

Será este o fim dos artistas? Talvez outras evoluções tecnológicas nos deem uma pista: afinal de contas, não foi por o cavalo ter sido substituído pelo automóvel que deixamos de ter cavalos, da mesma forma que ainda hoje há pintores artísticos apesar de a fotografia se ter tornado ubíqua. Temo-los é em números infimamente menores que outrora, relegados que estão a um hobby ou curiosidade.

 

Este tema levanta inúmeras questões éticas e morais, para além de outras bem mais práticas:


- Quais serão as skills do futuro (presente), não só no campo das artes, mas também em outros trabalhos criativos, agora que dependem cada vez mais da capacidade de articular verbalmente o que queremos perante um sistema de inteligência artificial?


- Como adaptar o sistema de educação numa altura em que o plágio se torna indetetável com sistemas como o Copy.ai, que reescreve qualquer parágrafo de forma 100% original?


- Como resolveremos os direitos de autor se o próximo êxito musical for gerado por um sistema de inteligência artificial que apenas se “inspira” na obra da Taylor Swift, ao ponto de ser indistinguível do acervo da própria? E se em vez de um êxito o sistema produzir 100, 1000 novas canções, diluindo de tal forma a obra do cantor real que torna o seu sustento inviável? E se nem soubermos onde é que o sistema foi buscar “inspiração”?


- Numa altura em que um estudo conjunto da Universidade de Lancaster com a Universidade de Berkeley já demonstrou que caras geradas por inteligência artificial são consideradas como sendo de maior confiança que as reais, qual será o impacto dos deepfakes na nossa sociedade? Como nos comportaremos e como seremos liderados quando, literalmente, não pudermos acreditar no que vemos e ouvimos?

 

Agora que a Heinz já usou o Dall-E 2 e a Nestlé o Outpainting da OpenAI para as suas campanhas publicitárias mais recentes, será que o seu próximo vídeo de formação precisa mesmo de um estúdio e de um ator? E da próxima vez que precisar de sonorizar um simples “Cucu!”?



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