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A Tesla volta a estar sob os holofotes devido a falhas nos mecanismos eletrónicos de abertura de portas dos seus veículos.
O caso volta a levantar dúvidas sobre o equilíbrio entre inovação tecnológica e segurança, num momento em que a marca de Elon Musk enfrenta um novo processo judicial que expõe de forma dramática as possíveis consequências destas decisões de design.
A ação foi movida pela família de Krysta Tsukahara, uma estudante universitária de 19 anos que morreu após ficar presa dentro de um Cybertruck que se incendiou. Segundo os familiares, o sistema eletrónico de abertura das portas impediu a jovem de escapar ao fogo, transformando um acidente grave numa tragédia fatal.
De acordo com informações avançadas pela Fast Company, o acidente ocorreu em novembro de 2024, quando o veículo, que transportava quatro pessoas, embateu contra uma árvore e ficou em chamas. Um amigo que seguia noutro carro conseguiu partir uma janela e resgatar um dos ocupantes, mas Tsukahara terá morrido devido à inalação de fumo e queimaduras, e não pelo impacto do embate.
A ação judicial, apresentada no Tribunal Superior do Condado de Alameda, na Califórnia, EUA, sustenta que as portas eletrónicas do Cybertruck deixaram de funcionar após o acidente. O modelo, que utiliza botões eletrónicos em vez de maçanetas tradicionais, obriga os passageiros, em caso de falha elétrica, a encontrar um cabo manual escondido sob o revestimento da porta — um procedimento difícil de executar em situações de emergência.
O processo inclui também o espólio do condutor, acusado de conduzir sob o efeito de álcool, anfetaminas e cocaína. Contudo, o foco da ação judicial recai sobre a própria Tesla e as suas opções de design, que, segundo a família, colocam a estética e a inovação acima da segurança.
Este caso vem juntar-se a um histórico de queixas e incidentes envolvendo as portas dos veículos Tesla. Segundo a Bloomberg, mais de 140 proprietários reportaram problemas semelhantes desde 2018, com portas que ficam bloqueadas ou deixam de abrir. Situações trágicas, como o acidente mortal em Toronto em outubro de 2024, levaram a Administração Nacional de Segurança Rodoviária dos EUA (NHTSA) a abrir uma investigação aos modelos da marca.
Em resposta às críticas, o diretor de design da Tesla, Franz von Holzhausen, afirmou, em entrevista à Bloomberg, que a empresa está a trabalhar numa nova solução híbrida, que combine mecanismos eletrónicos e manuais de abertura. Segundo o responsável, esta mudança pretende facilitar o uso “em situações de pânico”, oferecendo aos condutores uma resposta mais intuitiva e segura.
O episódio reforça as preocupações em torno das prioridades de design da Tesla e do impacto que a busca pela inovação pode ter na segurança dos utilizadores. À medida que o caso ganha visibilidade, a reputação da marca volta a ser posta à prova — num setor onde a confiança e a segurança continuam a ser fatores decisivos.
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