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O tédio no trabalho está a tornar-se um problema silencioso, mas cada vez mais relevante para empresas em Portugal e no mundo.
Um estudo recente da Adecco revela que um em cada quatro colaboradores já se sentiu entediado no trabalho, enquanto 40% admitem que poderiam considerar mudar de emprego caso se sintam desmotivados ou sem estímulo.
Estes números colocam em evidência um fenómeno que muitas organizações ainda subestimam, mas que pode ter impactos significativos na produtividade, na motivação e na retenção de talento.
Segundo a Adecco, em comunicado enviado às redações, o tédio no trabalho não se limita à monotonia das tarefas diárias, mas está frequentemente ligado à falta de significado, de desafios ou de perspetiva de evolução na carreira. Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal, sublinha: “O tédio não causa ruído, mas contamina a motivação por dentro. É um fator real de desgaste, e as empresas devem agir preventivamente para evitar a perda de talento qualificado.”
O fenómeno é especialmente visível entre as gerações mais jovens, que valorizam não apenas a estabilidade salarial, mas também o propósito, o desenvolvimento pessoal e o equilíbrio emocional no ambiente profissional. Os sinais de alerta incluem tarefas repetitivas, sensação de estagnação e desalinhamento entre o perfil do colaborador e as funções que desempenha.
A Adecco reforça que o problema não é a rotina em si, mas sim a ausência de estímulo e de oportunidades de crescimento. Para lidar com o tédio e aumentar a motivação, sugere que as organizações e os próprios colaboradores podem adotar várias abordagens, tais como alterar periodicamente o ambiente de trabalho, explorar novas competências, assumir responsabilidades desafiantes e criar oportunidades de aprendizagem contínua são estratégias eficazes para manter o interesse e o engajamento.
Além disso, promover momentos de pausa e de descontração, cuidar da saúde mental e manter um diálogo aberto com líderes pode fazer toda a diferença na perceção de valor e reconhecimento do trabalho realizado.
A Adecco alerta ainda que o tédio não deve ser confundido com desinteresse ou falta de compromisso. Muitas vezes, trata-se apenas de uma ausência de estímulo ou de clareza quanto às metas e perspetivas de crescimento, situações que podem ser resolvidas com pequenas mudanças no dia a dia profissional, na gestão de pessoas ou na organização das funções atribuídas.
Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e centrado nas pessoas, a capacidade das empresas para ouvir, compreender e responder a sinais de desmotivação será cada vez mais decisiva. O sucesso na retenção de talento e na construção de equipas motivadas dependerá não apenas de salários e benefícios, mas também da atenção à qualidade do trabalho, do propósito das funções e do bem-estar emocional dos colaboradores.
O alerta da Adecco é claro: ignorar o tédio no trabalho é permitir que a perda de talento qualificado aconteça silenciosamente, comprometendo a produtividade, a inovação e o crescimento das organizações.
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