Storm provoca “tempestade” no calçado sustentável

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Dos “vela” aos “vegan”…
Storm provoca “tempestade” no calçado sustentável
27 de Setembro de 2018
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A história começou há 17 anos pela mão de três sócios, um dos quais, pai de Pedro Lima - gestor de produto da Storm - com quem tive o gosto de conversar em Milão. Não foi difícil encontrar esta marca na MICAM pois era uma das empresas portuguesas que exibia orgulhosamente no layout do seu stand o “made in Portugal”. Viemos conhecer os sapatos vegan de que se ouvia falar no catálogo da APICCAPS. Ao questionar o nome da marca, Pedro Lima brincou: “é inspirado nas tempestades do setor!”

A verdade é que a Storm representa o espírito de inovação da indústria mas também de resiliência. A fábrica, situada em Romariz, no concelho de Santa Maria da Feira, produz desde sempre os famosos sapatos vela e mocassins, bem como, outros modelos de calçado casual: “era algo que estava muito na moda, porque esta história do calçado repete-se, nessa altura vendiam-se muitos sapatos vela, mocassins e, portanto, foi isso que a empresa começou a fazer. Entretanto mesmo em tipos de modelo já se diversificou muito. Nós neste momento fazemos basicamente quatro linhas de calçado, em que os vela, é apenas uma delas. A ideia foi ir apresentar sapatos vela no mercado internacional, que apesar de tudo, não estava muito bem coberto pelos mercados onde Portugal normalmente exportava”, explica o gestor de produto.

Biodegradável é possível, mas… mercado ainda não consegue calçar


Havia, no entanto, o desejo de criar algo diferenciador. A marca lançou-se na investigação e desenvolvimento de sapatos biodegradáveis e apesar de ter conseguido um protótipo com 99% de sucesso, não se revelou um produto competitivo por ser demasiado caro: “criámos um sapato biodegradável em tudo exceto na linha. Não conseguimos arranjar uma linha biodegradável. Mas como aquilo contava menos de 1% não era muito importante. Nós lançámos o sapato e foi um desastre… não vendemos quase nada! Mas permitiu-nos estar presente numa feira, que na altura já existia em Berlim, que se dedicava à moda sustentável em exclusivo. Estamos presentes nessa feira a apresentar o calçado biodegradável e reparámos que ninguém estava orientado para isso”, recorda Pedro Lima, acrescentando: “o sapato biodegradável não funcionou porque era muito caro. A ideia era muito boa, os clientes diziam que era muito boa, mas em vez de custar 20 custa 28 ou 30 euros. Isso quer dizer que o cliente final, em vez de comprar por 80 passa a comprar por 120, e ele não quer pagar a diferença. Foi isso que matou o produto biodegradável. E nós tivemos muito cuidado para que isso não se repetisse, nem nos vegan, nem nos reciclados”.


Um passo vegan à frente


A partir daqui a empresa deu um passo à frente no conceito da moda sustentável. Começou a produzir sapatos vegan introduzindo na sua produção os conceitos de Upcycling e Recycling: “muito do calçado vegan que existia à venda era vegan e as pessoas consideravam-no ecológico só por ser vegan, mas na realidade era preciso ir mais longe, era preciso que tudo fosse vegan e amigo do ambiente e então começamos a usar materiais reciclados e recicláveis dentro da produção do nosso calçado. A evolução foi um bocadinho essa. Isto durou 2 ou 3 anos até nos apercebermos qual era a direção preponderante, isto no mercado alemão principalmente”, conclui.


“Até cascas de laranja testámos…”


A Storm provocou uma verdadeira tempestade nestes conceitos de sapatos mais ecológicos ao transformar lixo em calçado com estilo, resistente e confortável. Atualmente existe um conjunto de 40 a 50 produtos diferentes reciclados que são incorporados em vários modelos. Desde forros feitos com embalagens pet recicladas, pacotes de leite, pneus, camaras de ar ou restos de roupa velha, entre muitos outros materiais. “Como a empresa é muito informal nós conseguimos testar muito rapidamente. Com o apoio dos nossos fornecedores testamos as soluções, por exemplo, na mistura de solas, nós já testámos desde cascas de laranja, borras de café, pneus velhos… tudo isso já foi utilizado para fazer solas, muitas delas funcionaram, outras não. As cascas de laranja não funcionaram, mas as borras de café funcionaram”. A título de curiosidade fique a saber que: as cascas de laranja tinham como objetivo aromatizar as solas. No processo de aquecimento revelou um cheiro de bolo de laranja queimado, o que tornou inviável a sua aplicação. A Storm é uma das marcas nacionais que exporta tudo o que fabrica: 200 mil pares de sapatos para os mercados alemão, holandês, belga e outros tantos países essencialmente do norte da Europa, que são os mais sensíveis a esta tendência de moda sustentável.


Upcycling vs Recycling


Para que não se perca no meio de tantos conceitos de sustentabilidade, fique a saber, que, o Upcycling é uma “refinação” do recycling. A diferença está no valor que se acrescenta a um material reciclado, com o qual se consegue criar um produto mais valioso, como um sapato. Dois conceitos que se unem também na indústria do calçado português acompanhando a par e passo os novos comportamentos de consumo.


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