Newsletter
Pesquisa
Nota da direção editorial:
O jornalismo nunca foi tão importante para a economia do país. Apoie a produção dos nossos conteúdos tornando-se membro ou subscritor da nossa comunidade.
Faça parte de uma causa de empoderamento das marcas, das empresas e das pessoas que nelas trabalham.
A tertúlia “Mulheres na criatividade.
Continuamos a ser poucas?” falou sobre a participação da mulher no meio criativo.
A noite desta quinta-feira foi de
debate sobre questões de equidade e de representatividade de género no universo
da criatividade. No âmbito da edição de 2021 do Festival do Clube de Criativos
de Portugal, a organização promoveu quatro tertúlias sobre temas que marcam a
atualidade do setor. A última destas sessões veio mostrar que os departamentos
criativos das agências de publicidade continuam a ser predominantes masculinos.
Muitos foram os temas trazidos
para a conversa, mas houve uma tendência frequentemente salientada por muitos
dos cerca de 40 participantes da sessão: o número de mulheres a ocupar cargos criativos
no seio das agências fica bastante abaixo do número de homens em posições
semelhantes. Uma tendência que se agrava ainda mais se forem considerados os cargos
de liderança nestes mesmos departamentos criativos, que são quase inteiramente
masculinos.
Como explicou ao Imagens de Marca
a diretora criativa executiva e partner da Uzina, que é também
presidente do Clube de Criativos de Portugal, Susana Albuquerque, há efetivamente
“poucas mulheres” nestes departamentos criativos e ainda menos a deterem o cargo
de “diretoras criativas” – que são apenas “quatro ou cinco”. Apesar de haver
muitas colaboradoras do género feminino a trabalharem nas agências de publicidade,
são muitas as que acabam por ocupar posições nos “departamentos de contacto”, longe
de poderem dar o seu contributo no que toca à criatividade. Isto numa altura em
que existem “imensas mulheres nos cursos de comunicação, de marketing, de
publicidade e de criatividade”.
Porém, tem havido uma evolução
positiva em anos recentes, no sentido de uma maior representatividade das
mulheres a estarem dedicadas à criatividade dentro das agências. Ao Imagens de
Marca, Andreia Ribeiro, diretora criativa da Uzina, fala de como “hoje em dia
já há muito mais mulheres nos departamentos criativos do que havia antes”.
Mas há ainda muito trabalho a
fazer. As quotas foram defendidas, por muitos dos participantes da tertúlia
moderada por Susana Albuquerque e Andreia Ribeiro, como uma estratégia que pode
ser eficaz para contribuir para que mais mulheres passem a ser integradas nos
departamentos criativos. Um movimento que, como nos explica Andreia Ribeiro,
força a que haja uma certa “percentagem” de colaboradoras femininas dentro dos
departamentos criativos – potenciando algo que devia ser “natural, mas que
ainda não é. Esta é uma estratégia que já ocorre lá fora, embora em Portugal ainda
não existam “diretrizes para isso acontecer”, acrescenta.
Porém, há outros métodos que
podem ainda ser tidos em conta para combater o desequilíbrio numérico entre
homens e mulheres nos departamentos criativos. As mulheres que estão nas
lideranças criativas devem também ser capazes de apoiar e estimular o desenvolvimento
dos talentos femininos mais jovens que vão aparecendo nas agências, defende a presidente
do Clube de Criativos de Portugal. E as “próprias lideranças masculinas” devem
ainda ganhar a “consciência de que um mundo dominado só por homens é um mundo
incompleto, parcial e com uma visão distorcida”, sendo necessário garantir-se
um “equilíbrio”.
Para além destas forças externas
que podem contribuir para uma situação de maior equidade, a própria mulher que
quer trabalhar em criatividade tem também de ser capaz de assumir alguma responsabilidade
pelo sucesso que é, ou não, capaz de atingir. A consultora e criativa Susana
Sequeira, que no passado foi diretora criativa da Partners, defendeu, durante a
sessão, que a “culpa não é só do sistema”.
Isto porque há muitas mulheres
que, logo à partida, se “autoboicotam” por acharem que nunca serão capazes de
dar um contributo de relevo no seio dos departamentos criativos, optando elas
próprias por assumir “funções organizativas” dentro das agências, sustenta a
consultora. A mulher criativa deve assim ser capaz de manter o “foco” no seu trabalho,
ter “confiança” em si própria e nunca se “comparar” com os homens com quem
trabalha, de forma a atingir os objetivos profissionais que ambiciona no mundo
da criatividade.
Artigos Relacionados
A carregar...
fechar
O melhor do jornalismo especializado levado até si. Acompanhe as notícias do mundo das marcas que ditam as tendências do dia-a-dia.
Fique a par das iniciativas da nossa comunidade: eventos, formações e as séries do nosso canal oficial, o Brands Channel.