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A alimentação é uma parte fundamental da educação de qualquer criança. Por isso, a educação alimentar deveria ser um exemplo. Mas sabemos que assim não é, sobretudo quando duas cantinas escolares foram encerradas nos primeiros quatro meses do ano pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que fiscalizou neste período 75 estabelecimentos de ensino. A ASAE diz que instaurou, entre janeiro e o final de abril, 15 processos de contraordenação nas ações que desenvolveu na área da restauração em escolas.
Então o que precisamos de mudar para transformar este problema numa solução? Tudo. Precisamos de transformar a alimentação numa parte integrante da aprendizagem e avaliação. E não me refiro apenas ao estudo da tabela dos alimentos, mas sim a tudo o que a alimentação pressupõe: hábitos, regras e conhecimento dos alimentos e do bem ou mal que fazem à saúde. Porque é de saúde que se trata, mas também há que ter noção que o sabor conta.
Não faz sentido algum que tenhamos creches que servem alimentos processados a crianças com menos de 3 anos. Da lista de refeições destas instituições fazem parte calamares, panados, manteiga ou sumos, já para não falar na eterna discussão das papas e da quantidade de açúcar que têm. Por mais que os pais possam ter regras e hábitos de uma boa alimentação em casa, de nada serve quando a escola não lhe dá uma continuidade, ou na verdade um primeiro exemplo. E mesmo que se proíba, a criança fica claramente confusa quando é a única ou das poucas a fazer um tipo de alimentação diferente, até porque a galinha da vizinha será sempre melhor. E depois há o sabor, o eterno horror das cantinas é a qualidade mas também o sabor dos alimentos ali confecionados. Uma boa alimentação não precisa de ser uma coisa sem sabor nem gosto, caso contrário como vamos cativar as crianças?
Portanto urge pensar a sério nesta temática, seja com iniciativa do estado, privada ou mista. Até porque aqui somos todos responsáveis. Existe uma tendência generalizada em delegar na escola a responsabilidade da educação sobre temas que, como este, ultrapassam o âmbito escolar e que devem, também, ser abordados no dia a dia das famílias. A educação alimentar é um excelente exemplo. É, ou deve ser, uma responsabilidade partilhada por todos os agentes da comunidade educativa, desde os alunos aos professores e encarregados de educação.
É preciso que se ensine às nossas crianças e adolescentes o que devemos comer, o que comprar, como confecionar e envolver os pais em tudo isso. Só assim podemos mudar o futuro, se educarmos na alimentação, de forma a mudar hábitos, transformar mentalidades e mudar conceitos.
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