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“Mercado de moda de luxo enfrenta queda geral”. “LV ressente-se”; “Ações da Kering caem”. “Marcas de luxo vivem 'guerra de tronos’”. “Armani e Dior alvo de investigação por práticas comerciais desleais e exploração de trabalhadores”. “Luxo recupera a partir de 2025”. O negócio do luxo está de novo de regresso aos títulos dos jornais, não necessariamente pelos melhores motivos.
Os números mais recentes dos principais conglomerados internacionais de moda evidenciam uma queda geral do mercado. Os grupos franceses LVMH e Kering, os maiores da indústria, divulgaram dados surpreendentes, anunciando recuos muito expressivos (na ordem dos 30%) dos seus lucros. A contenção do consumo no Ocidente, em particular nos EUA e na Europa, e um forte declínio nas vendas a Oriente, principalmente na China, parecem estar no epicentro deste fenómeno. Mas as causas serão, porventura, bem mais profundas e passarão, nomeadamente, pelos sucessivos aumentos dos preços, o recurso a práticas sociais pouco convencionais ou um declínio da qualidade produtiva.
Num primeiro momento, as marcas de luxo, geridas por gestores de topo, iniciaram uma autêntica dança de cadeiras, substituindo os seus diretores criativos, evocando uma nova onda criativa que as impeça de cair no esquecimento. Quase em simultâneo, reforçaram o investimento produtivo, adquirindo pequenas unidades fabris que lhes sustente uma resposta irrepressível. Mas não chega.
As grandes casas de moda enfrentam um enorme desafio, procurando não ficar reféns do património do passado, ainda que o amanhã apenas seja garantido se alcançarem uma nova vaga de consumidores.
Sejamos claros. O luxo é aspiracional. No final, a sua reinvenção passará sempre pelo regresso às origens, com um design vanguardista, uma qualidade produtiva irrepressível e uma perceção pública imaculada.
A reinvenção do luxo será, assim, uma oportunidade única em Portugal. Existem no nosso país milhares e milhares de empresas, responsáveis por mais de 200 mil postos de trabalho só nos setores, têxtil, vestuário, calçado e ourivesaria, que acumulam capital de conhecimento há várias décadas e têm em curso planos de investimento consideráveis nos domínios da automação, robótica ou sustentabilidade. Este é o momento de Portugal, queiram as empresas e os seus agentes ter a ambição de migrar as suas produções para segmentos de maior valor acrescentado, valorizar os quadros técnicos e investirem numa atitude comercial de excelência.
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