Ao longo desta segunda-feira, o Auditório Jerónimo Martins da Nova SBE, em Carcavelos, foi o palco da primeira edição da Leading People - International HR Conference, evento que colocou o foco nos desafios que são colocados, hoje em dia, aos profissionais da área dos Recursos Humanos, abordando as mudanças que se têm verificado nesta profissão nos últimos tempos.

Durante as palestras e os painéis de discussão que marcaram este dia, destacou-se a ideia de que os profissionais deste setor devem ser relevantes e credíveis, devendo ter a capacidade de impactar. Durante a sua intervenção, Lucas Van Wees, presidente da EAPM (European Association of People Management) revelou a forma como a globalização, as mudanças climáticas, os desenvolvimentos tecnológicos e o contexto geopolítico, entre outros fatores, têm contribuído para moldar o futuro desta profissão.

Salientando que quem estiver disposto a submeter-se à adaptação e, acima de tudo, à antecipação, estará mais apto para sobreviver neste setor, o presidente da EAPM salientou a forma como os padrões de comportamento humano estão a ser transformados pela tecnologia – o que, por sua vez, provoca alterações ao nível da natureza do trabalho. De facto, espera-se que a computorização pode vir a substituir até 47% dos empregos nos Estados Unidos da América, o que só mostra que devemos estar constantemente atentos aos desafios e oportunidades que nos são oferecidas pela inteligência artificial, acredita Lucas Van Wees.

Ao longo de vários momentos de discussão, abordou-se a temática da diversidade. Concluindo que, no passado, as empresas se caracterizavam por serem compostas por grupos homogeneizados de colaboradores, reforçou-se a importância de se alterar este paradigma – hoje em dia, existe a necessidade, por parte das empresas, de englobarem pessoas totalmente diferentes, sendo essa a ferramenta que lhes garantirá o sucesso. No entanto, tal medida pode colocar alguns desafios aos CEO’s das empresas – os quais, cada vez mais, atribuem a si próprios funções que, em tempos, eram atribuídas aos diretores de Recursos Humanos.

Destacando que “a profissão, tal como a conhecemos, está a morrer”, é exigido aos profissionais de Recursos Humanos que sejam cada vez mais ágeis e cada vez mais aptos para ajudar no negócio das empresas – enquanto algumas das suas tarefas tradicionais passarão a ser, gradualmente, desempenhadas pela tecnologia.

Além disso, André Ribeiro Pires, administrador da Multipessoal, colocou em destaque a temática da confiança – que é “a base de tudo”, sendo nela que reside a resposta para a liderança de pessoas. E como pode um líder construir essa confiança, a nível empresarial? A resposta envolve três fatores: capacidade, integridade e benevolência. Por essa razão, torna-se indispensável dar a melhor experiência de emprego aos seus colaboradores – que, quando estão satisfeitos com o local onde trabalham, acabam por se tornar verdadeiros “promotores” das suas empresas.

Já Pedro Teixeira, que se autointitula como engenheiro de pessoas da Lemon Works, aponta a empatia como sendo uma competência cada vez mais importante ao nível da liderança – destacando a importância de dar a liberdade aos seus colaboradores para serem eles próprios e autênticos, potenciando, dessa forma, as suas melhores qualidades.

Na manhã desta segunda-feira, esteve também em destaque a intervenção de Herro Mustafa, ministra conselheira da Embaixada dos Estados Unidos da América em Portugal – e que, na sua palestra, deu a conhecer ao público a sua inspiradora história de vida (desde a sua chegada aos Estados Unidos da América, enquanto refugiada, até ao momento em que se tornou uma das principais figuras da diplomacia norte-americana).