O podcast “Deixar o Mundo Melhor”, onde Francisco Pinto Balsemão entrevista personalidades marcantes dos mais diversos setores da sociedade, é uma lufada de ar fresco neste universo que cresce quais cogumelos à sombra de árvores depois de dias de chuva.

O fundador de um dos mais importantes grupos de comunicação social do país, ex-primeiro-ministro e fundador de um partido político fundamental na nossa democracia, produz uma conversa semanal através de podcast que à partida pode parecer um exercício de influência social ou política, até a julgar pelo primeiro convidado, José Manuel Durão Barroso.

Estou a escrever este texto algures entre Lisboa e Paris, mas na primeira hora de voo decidi ouvir o produto das conversas de Balsemão, influenciado pelo segundo convidado, José Germano de Sousa, e pelo momento de inegável crescimento da área de negócio onde atua, as análises clínicas.

Fui agradavelmente surpreendido por duas conversas entre amigos, sem presunção, mas também sem falsas modéstias, como acho que deve ser. Em pouco mais de meia hora a conversa não perde o rumo, fiel ao conceito de deixar um mundo melhor, e dando oportunidade ao convidado para explanar e narrar na primeira pessoa os acontecimentos biográficos em que contribuiu para tão nobre causa.

O anfitrião tinha/tem todo o capital (mérito próprio) para se apropriar de momentos ou créditos ao longo destes minutos, mas Balsemão dá uma lição de jornalismo que muitos deviam aprender. Em nenhum momento cai na tentação de protagonismo ou atropelo de factos. Os convidados respiram, têm tempo e espaço intelectual para contar as suas histórias. Já vai sendo raro encontrar entrevistadores que resistem à tentação e não caem no mal.

Ouçam e façam por Deixar o Mundo Melhor.