Quando o vinho se junta à sustentabilidade num blend de sucesso

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Quando o vinho se junta à sustentabilidade num blend de sucesso
3 de Março de 2023
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Quando o vinho se junta à sustentabilidade num blend de sucesso
Francisco Branco
Jornalista e Coordenador Brands Channel
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Vivemos a experiência de ser enólogo por um dia e pernoitámos numa das maiores quintas do Alto Douro Vinhateiro. Desta vez, partimos à descoberta da paisagem, do património e da cultura portuguesa através do néctar dos deuses.


Confesso. Não sou especialista em vinho, mas nos últimos anos a minha sede de curiosidade sobre esta bebida com história e tradição milenar tem aumentado. E se há país reconhecido pela qualidade dos seus vinhos e que permite a qualquer pessoa descobrir as estórias e os segredos que estão por detrás da sua produção esse país é Portugal. Nos últimos anos têm surgido inúmeros espaços dedicados ao chamado enoturismo. Diversas empresas e propriedades têm despertado consciências para as vantagens de abrir as suas portas aos turistas, dando a possibilidade aos visitantes de percorrer as suas vinhas, entrar nas adegas, fazer provas vínicas e inclusive pernoitar nas quintas. Na última reportagem da rubrica “Destino Sustentável” quisemos viver e partilhar essas experiências na primeira pessoa e, por isso, rumámos a dois territórios que estão a apostar neste tipo de turismo.


A Região dos Vinhos Verdes, e mais concretamente Amarante, foi a nossa primeira paragem. Foi aqui que, em 2015, a Quinta da Lixa decidiu investir num projeto que afirma ter sido pioneiro e que desde o início quis ser um exemplo nesta área. Ao entrarmos no Monverde Wine Experience Hotel deparamo-nos logo no átrio da Casa Principal com uma instalação que não deixa ninguém indiferente. Da autoria de Paulo Neves, a escultura composta por 366 folhas em madeira suspensas, que representam os dias do ano, presta homenagem a toda a equipa de viticultura da empresa. Nas folhas estão desenhadas as caras que personificam a paixão pelo vinho e por aquilo que a natureza oferece. Foi essa paixão que encontrei em Miguel Ribeiro, o diretor deste projeto turístico. “Eu diria que o Hotel Monverde foi pioneiro porque veio permitir que os diferentes operadores percebessem ou tivessem um exemplo de que era possível criar experiências de enoturismo, ligadas à produção vitivinícola, com rentabilidade, que permitissem ser também produtos acessórios, mais complementares àquilo que é a produção e comercialização de vinho. Hoje representa uma fatia muito importante daquilo que é a atividade da empresa. 20% do volume de negócios vem diretamente da área do enoturismo com alojamento”, revela.


Entre bagos e vinhedos, este hotel apresenta-se como um verdadeiro oásis para quem é amante de vinho e pretende diminuir o ritmo e o stress do dia a dia. Os quartos, espalhados por vários edifícios, distinguem-se pelo seu charme e estética contemporânea. O conceito está intimamente ligado à ideia global do hotel, que passa por unir o alojamento à exploração e à produção vinícola, promovendo-se o contacto com o património cultural e paisagístico envolvente. Num ambiente de grande tranquilidade e intimidade, os visitantes podem usufruir de diversas experiências: da piscina a um spa com tratamentos de vinoterapia, passando por jantares ao ar livre que apostam na harmonização dos vinhos verdes com a gastronomia regional. Mas, sem dúvida, que a possibilidade de ter sido enólogo por um dia é aquela que vou guardar certamente na memória.


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Na Adega Experimental comecei por entrar no chamado “Túnel dos Aromas”, onde fui desafiado a criar e a recuperar memórias olfativas a partir dos aromas mais comuns nos vinhos verdes. Esta experiência prepara-nos para a fase seguinte: criar o nosso próprio vinho. Fazemos a prova isolada de cada variedade de uva, enquanto é apresentado o perfil e história de cada uma delas. Misturamos as castas, através da sua medição correta, para engarrafar um vinho único e personalizado. É Daniela Ribeiro, responsável pela área de Enoturismo do Monverde, que nos acompanha nesta visita. “Nós tentamos sempre respeitar o ciclo da vinha para também termos uma maior diversidade de oferta. Por isso, temos experiências pensadas que podem ser realizadas tanto de inverno como de verão. (...) Temos piqueniques vínicos que são realizados sempre no exterior, fazemos jantares temáticos na vinha durante o verão, e, portanto, vamos explorando sempre essa parte gastrónomica também”, explica.


Procurando promover a Região dos Vinhos Verdes, o Monverde juntou o vinho ao conforto, ao bem-estar e à sustentabilidade. “Esta consciência está presente no ADN de qualquer viticultor que está preocupado com o futuro e com aquilo que a vinha lhe vai continuar a dar nos próximos anos. Portanto, quando pensamos neste projeto seguimos exatamente essas premissas: desde logo a recuperação das casas, onde utilizamos grande parte da pedra que existia na propriedade, a utilização de madeiras e de produtos muito naturais na decoração e na recuperação dos interiores, mas também, em termos práticos, as coberturas não são telhados normais e portanto preferimos as coberturas ajardinadas permitindo assim também fazer a recolha das águas da chuva e das águas pluviais para serem usadas quer na rega da vinha ou dos jardins. Houve uma preocupação clara em utilizar a iluminação de baixo consumo e apostámos na criação dos parques solares, que já nos permitem ter uma capacidade em período de verão na ordem dos 40% da energia consumida no hotel”, enumera Miguel Ribeiro.


Com paisagens deslumbrantes, que justificam a famosa frase de Eduardo Lourenço – “mais importante que o destino é a viagem” -, percorremos logo depois quilómetros e quilómetros até chegar ao Alto Douro Vinhateiro. Junto às margens do rio é impossível desviarmos o nosso olhar dos socalcos esculpidos pela arte e engenho do Homem ao longo de dois mil anos e que, em perfeita harmoniza com a natureza, desenham aquela que é a região demarcada mais antiga do mundo. Mas não foi a primeira vez que pisei estes solos. Em 2016, e também no âmbito de uma reportagem para o Imagens de Marca, vim conhecer aquela que é uma das maiores propriedades deste território: a Quinta de Ventozelo. Seis anos depois a paisagem está bem diferente. E tudo por que aqui se plantou entretanto num projeto de enoturismo sustentável. Voltei a encontrar-me com Jorge Dias, presidente da Granvinhos, o responsável que tem liderado de forma apaixonada a requalificação desta propriedade com mais de 500 anos de história.


“Desde que adquirimos a quinta começámos a fazer uma gestão de todo o espaço de forma mais respeitadora do ambiente. Todos os investimentos que fizemos foram nesse sentido. Replantámos 40 hectares de vinha já com patamares de uma linha, que nos permite fazer quase todos os trabalhos com rercurso a meios mecânicos e, portanto, diminuindo cada vez mais os agroquímicos”, começa por nos explicar, dando-nos mais exemplos de como materializam esta aposta na sustentabilidade. “Na construção do próprio projeto do hotel tivemos enormes preocupações em utilizar só materiais que que sejam recicláveis, em utilizar tecnologias que nos permitam fazer uma poupança de água e de energia. Iniciámos uma espécie de transformação da quinta para uma gestão de base natural, em que não olhamos para cada uma das culturas compartimentadamente, mas olhamos para a quinta como um todo. Na oferta hoteleira valorizámos muito os ecossistemas e permitimos às pessoas que os habitem e que os vivenciem”, afirma.


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Aproveitando a riqueza patrimonial e a diversidade ecológica dos seus 400 hectares, a Quinta de Ventozelo recuperou e transformou os antigos edifícios numa unidade hoteleira que procura proporcionar aos hóspedes a vivência quotidiana de uma quinta no Douro. Jorge Dias levou-nos até ao novo Centro Interpretativo, que nos permite descobrir a história da propriedade e da região através de um conjunto de experiências sensoriais e lúdicas. “A espessura histórica da quinta, a própria dimensão e a diversidade ecológica eram de tal forma extraordinárias que pensámos: não podemos fechar isto ao público. Desde o início que não decidimos abrir o hotel num conceito tradicional, mas sim afirmando aqui os valores da ruralidade. Daí também a nossa preocupação de não termos um spa, mas temos um Centro Interpretativo. Foi a espessura histórica e, ao fim ao cabo, a riqueza patrimonial que nos levaram a assinar este projeto como «O Douro numa Quinta»”, explica.


Não saímos de Ventozelo sem provarmos, claro, as receitas do chef João Sá Carneiro. A consciência ambiental estende-se ao restaurante da Quinta – a Cantina de Ventozelo -, que se diferencia pela aposta numa gastronomia regional com baixo impacto ecológico. “Estamos a falar de uma quinta com 200 hectares cultiváveis e, além de todo o olival e da vinha, temos imensas árvores de fruto. A carta que temos hoje em ação, no fundo, é o espelho do que temos na horta e a próxima será também assim. Estamos agora a cultivar sementeira que vamos colher daqui a um mês e meio e, provavelmente, daqui a um mês a carta mudará tendo em conta aquilo que sairá da terra”, revela.


Despedimo-nos do Douro com cinco pratos exclusivos harmonizados com vinho do Porto. E asseguro-lhe: é de comer, beber e chorar por mais. Até porque, ao contrário do que se diz, esta quinta é a prova viva de que devemos voltar a um lugar onde já fomos felizes!


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