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Há um mês atrás um amigo publicitário que admiro muito pediu demissão de um bom cargo numa ótima empresa, sem ter um plano claro para onde ir a seguir. Na justificativa para a chefe dele, disse: “Eu gosto demais dessa profissão para deixar essa situação que estou vivendo aqui estragar o meu amor por ela.”
Ouvir isso foi inspirador para mim. Não deve existir motivo mais forte para uma demissão ou para uma vontade de mudar de emprego.
Conhecendo o meu amigo, sei o quanto essa decisão foi pensada.
Ele não é o tipo de pessoa que pede demissão sem ter um outro emprego à vista.
Acompanhei o processo de perto e sei que ele tentou muitas vezes se reconciliar com aquele trabalho. Mas após várias tentativas frustradas, tomou a decisão de sair antes que a completa falta de motivação tomasse conta dele.
A preocupação era que se o descontentamento continuasse, poderia prejudicar a qualidade do trabalho ou ainda a gestão do time dele.
O meu amigo teve a maturidade de perceber que sair não era o mesmo que falhar ou desistir, mas sim uma questão de lealdade com a profissão.
Isso tudo me fez refletir o quanto confundimos “o que fazemos” com o “como fazemos”. Obviamente estas duas coisas estão interligadas, mas é preciso saber distinguir uma da outra. É possível sempre gostar do que se faz, se encontrarmos o modo de o fazer que parece correto para nós.
O nosso trabalho deve estar alinhado com o que acreditamos. Encontrar o nosso verdadeiro propósito profissional é parte dessa resposta. Porque fazemos o que fazemos? Qual é a nossa missão?
De tempos em tempos deveríamos nos perguntar se o nosso trabalho reflete aquilo que pensamos. E se a resposta for não, alguma ação tem que acontecer.
Temos que lembrar que o poder de escolha está em nossas mãos. Se não podemos evitar aquilo que nos acontece, podemos sim escolher como reagir às situações. Encontrar o modo certo de agir será menos difícil quando a decisão for baseada nos nossos valores e não no medo ou no que os outros vão pensar.
É parar de olhar para fora e olhar para dentro. O que é sucesso ou fracasso somos nós que determinamos. Entregar isso para julgamento alheio é o que nos torna prisioneiros em situações profissionais tóxicas, deixando que outros nos digam qual atitude tomar.
Continuando a história do meu amigo, ele já está com uma ótima proposta à vista. Aliás, contradizendo o conhecido “é mais fácil arrumar emprego quando se está empregado” ele tem surpreendido as pessoas que o entrevistam. Afinal, o normal é entrevistar alguém que reclama do atual emprego. O raro é encontrar um discurso positivo de alguém que escolheu amar o que faz e não deixar ninguém destruir isso.
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