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O novo
contexto que vivemos fez com que a simples arte de namorar tenha de ser
reinventada.
A forma como nos relacionamos mudou: o “amor à primeira
vista” deu lugar ao “match digital” que, por sua vez, vem substituir as
tradicionais relações cara-a-cara. Mas será que o isolamento faz com que o
papel da inteligência artificial no sexo e nas relações possa ser considerado
por mais pessoas?
A ideia não é de hoje, já em 2018 a Forbes
descreveu os robôs sexuais como "a tecnologia
disruptiva que não prevíamos", antecipando, ao mesmo tempo, que estes
robôs se tornariam os companheiros mais familiares no futuro.
Em 2020 o
cenário não parece longe disto. Entre quarentenas e isolamentos, as
tecnologias, bem como a sua razão de ser, evoluíram ainda mais. De facto,
as relações baseadas em inteligência artificial transformaram-se na melhor – e
por vezes, única - alternativa no contexto atual. À medida que tentamos manter
as ligações humanas com menos interação humana, podemos estar à beira de um
surto de relações virtuais, baseadas em IA e robôs.
O aumento da
inteligência artificial, satisfazendo a procura humana de relações digitais, é
uma tendência que a Kaspersky tem vindo a monitorizar inadvertidamente, através
de uma investigação ao longo dos últimos 18 meses. A empresa procurou
avaliar a ascensão da IA enquanto entidade humana. Em vez de apenas um
instrumento de apoio para otimizar os processos e o desempenho humano nas
indústrias e nas empresas, analisou também a forma como ela se manifesta nos
diálogos, na comunicação e na interação dos sistemas. Assim, foram descobertos
vários preconceitos de género, frequentemente resultantes das preferências ou
estigmas dos próprios criadores.
Os principais exemplos
incluem vozes de navegação por satélite, aplicações de chatbot,
altifalantes inteligentes ou assistentes de voz – todos constituídos por vozes
femininas programadas para interagir com o utilizador, a seu pedido.
A questão que se coloca é
"porquê?". Dentro deste tema em particular, existem duas perspetivas
interessantes. Em primeiro lugar, embora o preconceito de género seja
inequivocamente errado, a IA já plantou a semente de sensibilização para o
facto dos sistemas, máquinas e robôs poderem adotar um género. Ou seja, não são
apenas blocos de hardware e algoritmos concebidos para apresentar soluções.
Têm uma voz reconhecível e assemelham-se às relações humanas que estamos a
perder atualmente.
Em segundo, se o grupo de criadores for
mais diversificado, é também provável que os sistemas se tornem mais atrativos
para mais e diferentes grupos de pessoas. Ou seja, estes são subconscientemente
concebidos para os desejos dos criadores e, portanto, suscetíveis de apelar a
outros grupos com os mesmos interesses.
Amor e solidão
2020 trouxe a razão pela qual as pessoas
poderiam procurar explorar este potencial de forma mais concertada.
O afastamento do contacto humano levou a que 64% dos jovens entre os 18 e
os 24 anos, e 66% dos jovens entre os 25 e os 34 anos, passassem mais tempo a
utilizar tecnologia. Plataformas de videochamada, encontros e jogos online, chatbots ou mesmo conversas com assistentes virtuais como a Alexa,
tornaram-se atividades predominantes no combate à solidão.
No entanto, estas faixas etárias não devem
ser negligenciadas. Mais do que quaisquer outros, são os jovens da Geração Z e
os Millennials aqueles que mais dificuldades têm sentido, uma vez que as
suas rotinas habituais e as frequentes reuniões e encontros sociais deixaram de
existir. São também estes grupos etários os mais prováveis de se depararem e
adaptarem a novas inovações e tecnologias. Em termos críticos, podem agora ser
o catalisador de mudanças a longo prazo no domínio das relações amorosas.
Assegurar uma nova dinâmica de
relacionamento
Já passou um ano desde que a Covid-19
entrou nas nossas vidas e, infelizmente, a situação continua a ser a mesma para
muitos. Durante este período, as pessoas terão ficado mais familiarizadas,
confiantes, dependentes e criativas no que toca à tecnologia. E, à medida que
os sentimentos de solidão se intensificam, torna-se compreensível deduzir que a
ideia de conforto, companhia ou proximidade artificial já não é tão bizarra
como poderia parecer em 2019.
Aproximando-nos agora daquele que será o
Dia dos Namorados em confinamento, e para aqueles que lutam com sentimentos de
desapego, é importante não estigmatizar soluções que se estão a tornar mais
viáveis e eficazes.
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