“Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade”, dizia Séneca (4 a.C.-Roma, 65), principal representante do Estoicismo.

Gosto desta frase e identifico-me com ela. A preparação, é sem dúvida, o que nos pode levar mais longe. Não raras vezes a preparação é silenciosa, requer introspeção, sacrifício, planeamento, privação e escolhas por vezes difíceis. Estas escolhas, por sua vez, requerem vistas largas, capazes de olhar para o horizonte e vislumbrar a silhueta do futuro. A preparação, no verdadeiro sentido da palavra, não é para todos. É o que muitas vezes distingue um atleta de um atleta de alta competição.

Pedem-me muitas vezes conselhos sobre carreira, mais concretamente nas áreas da gestão e do marketing. O meu conselho vai sempre parar à preparação. Os bons profissionais em gestão ou marketing que conheço investiram tempo a preparar-se. A formar-se continuadamente, todos os dias. Uma vida.

Aprende-se muito com a experiência, com o mercado, com os clientes. É verdade. Porém não é suficiente, porque o método de aprendizagem seria apenas numa via: “bottom-up”, ou seja, seria a experiência a ditar a direção. Daí a importância da formação, que abre as portas para a sistematização desta experiência e a transformação da mesma em conhecimento.

O conhecimento aliado à experiência traduz-se em “expertise”. E é neste momento em que, quando a oportunidade aparecer, um profissional nestas áreas fará, seguramente, a diferença. Pois irá estar preparado para não só a agarrar, mas depois trabalhá-la, poli-la e com ela construir algo maior. Tal como acontece com os diamantes. Um diamante é nada mais do que isto. Uma pedra preciosa que precisa ser polida para ganhar mais valor. Assim é a sorte. Uma oportunidade que surge, mas que precisa sempre da preparação para poder brilhar!