A Primark está a transformar o modo como o retalho representa e responde às necessidades de públicos diversos. A mais recente aposta da marca junta inovação, inclusão e escuta ativa.

Por um lado, com o lançamento do seu primeiro manequim sentado, desenhado para representar utilizadores de cadeiras de rodas; por outro, ao integrar soluções sensoriais práticas nas suas linhas de roupa infantil, tornando o conforto o novo padrão.

Chama-se “Sophie” e é o primeiro manequim da Primark criado para representar uma pessoa utilizadora de cadeira de rodas. Desenvolvido em colaboração com a ativista e apresentadora britânica Sophie Morgan, este novo manequim resulta de mais de um ano de trabalho da equipa de Visual Merchandising da marca, com atenção ao detalhe: da forma corporal sentada numa cadeira de rodas ao styling da roupa.

De acordo com um comunicado enviado às redações, “Sophie” surge como um símbolo de visibilidade e progresso, nas palavras da própria co-criadora: “Ver a ‘Sophie’ nas lojas da Primark é profundamente comovente. Ela representa-me e representa tantos outros. É a concretização de um sonho iniciado há mais de 15 anos”.

A estreia do manequim terá lugar em mais de 20 lojas em nove países, incluindo Portugal — mais concretamente na loja do Centro Comercial Colombo, em Lisboa. A “Sophie” estará em destaque não só junto à coleção “Adaptive”, pensada para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, mas também nas principais montras de moda da marca.

Para Joel Cardoso, VM controller da Primark, este lançamento não é simbólico: “É um passo permanente rumo a uma maior inclusão e representatividade. Esta não é uma ação pontual — é um compromisso diário com a diversidade dos nossos clientes”.

Além da inovação visual nas montras, a Primark está também a repensar o conforto da roupa infantil a partir de uma escuta ativa de pais e cuidadores. Em resposta às dificuldades sensoriais frequentemente reportadas por famílias, a marca iniciou uma mudança prática: mais de 50% da sua oferta de roupa infantil deixará de ter etiquetas no pescoço, substituindo-as por impressão direta no tecido.

A medida abrange t-shirts, sweatshirts, pijamas e camisolas com capuz — com foco nas peças mais populares e de uso diário. A oferta inclui ainda uma nova gama de meias sem costuras ou com costuras planas, ideais para crianças com hipersensibilidade tátil.

Segundo María Fernández, diretora comercial da Primark Ibéria, esta mudança não passa por lançar uma linha específica: “Estamos a melhorar as peças desde o design. São ajustes simples, mas com impacto real. Queremos que todas as crianças se sintam confortáveis e confiantes — e vamos continuar a ouvir os pais para melhorar”.

A aposta recai em tecidos suaves como algodão 100% e cortes pensados para facilitar a rotina diária de vestir — com o objetivo claro de remover barreiras no acesso à moda desde a infância.