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Apesar de uma crescente preocupação com a literacia financeira, um quarto da população ainda não consegue poupar qualquer parte do rendimento mensal.
No âmbito do Dia Mundial da Poupança, assinalado a 31 de outubro, a Escolha do Consumidor divulgou um estudo que revela um retrato realista — e por vezes contraditório — da relação dos portugueses com o dinheiro.
A análise, revelada num comunicado enviado às redações, mostra que 30% dos inquiridos consegue poupar entre 10% e 20% do salário líquido, enquanto 24% reserva menos de 10% e 11% afirma conseguir guardar mais de 30% do que ganha. Ainda assim, 25% admite não conseguir poupar, refletindo o impacto da inflação e da pressão sobre os orçamentos familiares.
Entre os principais motivos para poupar, 44% dos participantes indicam a criação de um fundo de emergência, demonstrando uma preocupação com a estabilidade futura. Já 16% poupa com o objetivo de investir e 14% destina o dinheiro a viagens ou lazer. Outros 13% referem estar a preparar a reforma, ou a poupar para outros fins pessoais.
O estudo aponta também para uma mudança gradual de hábitos de consumo. 48% dos portugueses alteraram apenas algumas categorias de despesa para conseguir poupar mais, enquanto 25% mudou os seus comportamentos de forma significativa, optando por um estilo de vida mais consciente e regrado.
As principais estratégias de poupança incluem reduzir saídas e despesas fora de casa (24%), comprar em promoções (22%) e comparar preços antes de comprar (19%). Outros 18% recorrem a marcas brancas e 14% cortaram nos consumos domésticos, como energia e alimentação.
Apesar do esforço crescente, 40% dos inquiridos afirma não investir as suas poupanças, preferindo manter o dinheiro em contas simples. Entre os que o fazem, 32% escolhem produtos de baixo risco, como depósitos a prazo ou certificados de aforro, revelando uma postura conservadora e avessa à volatilidade dos mercados.
A literacia financeira, contudo, está em ascensão. Metade dos portugueses (50%) consome conteúdos sobre finanças pessoais ocasionalmente, e 19% fazem-no de forma regular, um sinal de que o tema começa a ganhar espaço no quotidiano dos consumidores. Apenas 14% dizem não ter interesse nesta área, embora 17% demonstrem vontade de começar a aprender.
De acordo com a Escolha do Consumidor, estes dados refletem “um equilíbrio delicado entre a crescente consciência financeira e os desafios reais que limitam a poupança”, destacando a importância de promover informação acessível e prática para apoiar uma gestão financeira mais sustentável.
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