Newsletter
Pesquisa
A solidariedade ganhou uma nova expressão em Portugal com o lançamento da plataforma “Portugal Sem Chamas”, que pretende ligar famílias afetadas pelos incêndios a cidadãos, marcas e influenciadores dispostos a apoiar.
O movimento nasceu de forma espontânea nas redes sociais. A atriz Jéssica Athayde partilhou no Instagram que estava disponível para divulgar marcas que quisessem ajudar na reconstrução da vida de vítimas dos fogos. Pouco depois, o humorista António Raminhos juntou-se ao gesto. A reação foi imediata: em poucas horas, o apelo transformou-se numa plataforma digital que centraliza pedidos de ajuda e ofertas de apoio.
A ideia ganhou forma pelas mãos de Ricardo Paiágua, que já esteve envolvido em projetos como a “Cama Solidária”, o “Computador Solidário” ou o “Acolhe um Ucraniano”. “Se não fosse a Jéssica e o Raminhos a fazerem aquele post, eu também estava indiferente, a ‘curtir o sol’ enquanto outros sofrem. Não podemos ser assim. Temos de parar, pensar no lado e usar as ferramentas que temos para contribuir para o bem dos outros”, afirma, citado num comunicado de imprensa enviado às redações.
A plataforma apresenta um modelo simples e transparente: qualquer pessoa pode inscrever-se na área “Preciso de Ajuda” para partilhar a sua situação, enquanto cidadãos, marcas ou influenciadores podem registar-se em “Quero Ajudar” para disponibilizar bens, alojamento, transporte, doações ou divulgação.
A ferramenta faz o “match” entre necessidades e ofertas e dá ainda visibilidade a campanhas de crowdfunding. Existe também uma lista de “Influenciadores Solidários” e informação atualizada sobre o estado dos incêndios, recolhida de fontes oficiais e processada com recurso a inteligência artificial.
Desenvolvido pela NotAgency em apenas duas horas, o projeto aposta precisamente na tecnologia como acelerador da resposta solidária. “Hoje usamos IA em tudo. Tarefas que antes demoravam meses resolvem-se numa semana, e as de uma semana em apenas uma hora. Temos que trazer essa agilidade para a solidariedade e a resposta a emergências”, explica Ricardo.
A colega Raquel Petra acrescenta: “Fazer plataformas é o mais fácil. Mas se cada um fizer um pouco, ajudamos muito mais. Nós só queremos colaborar, ajudar e colocar ferramentas nas mãos de quem está no terreno.”
De notar que o lançamento do “Portugal Sem Chamas” acontece em plena crise de incêndios, num momento em que o debate público se intensifica sobre a falta de meios e respostas no terreno. Para os fundadores, a plataforma pretende ser um elo de ligação e não uma solução única, reforçando a importância da mobilização coletiva.
Com o lema “Unidos na prevenção, solidários na recuperação”, a iniciativa mostra como a combinação entre redes sociais, marcas, influenciadores e tecnologia pode transformar gestos individuais em impacto coletivo.
Artigos Relacionados
fechar
O melhor do jornalismo especializado levado até si. Acompanhe as notícias do mundo das marcas que ditam as tendências do dia-a-dia.
Fique a par das iniciativas da nossa comunidade: eventos, formações e as séries do nosso canal oficial, o Brands Channel.