Porque continuamos a ensinar como se estivéssemos em 1800?

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A opinião de Miguel Caeiro
Porque continuamos a ensinar como se estivéssemos em 1800?
24 de Abril de 2018
Porque continuamos a ensinar como se estivéssemos em 1800?
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Porque continuamos a ensinar como se estivéssemos em 1800?
Miguel Caeiro
Head of Latam Vidmob

Hoje em dia, nas empresas, queremos profissionais diferentes, com competências e talentos diversos, queremos pessoas com pensamento lateral, capazes de enorme criatividade, queremos empreendedores e pessoas propensas ao risco, queremos pessoas inquietas. No entanto, continuamos, na vasta maioria, a dar uma educação engessada, antiquada, reprimindo a individualidade, a criatividade, privilegiando a memorização absurda de matérias sem qualquer relevância ou interesse prático.


Pai de três adolescentes, tenho acompanhado de perto a formação escolar deles, em dois países diferentes, em diferentes colégios. Em qualquer das situações facilmente conseguimos recuar umas décadas e imaginarmo-nos nas exatas mesmas situações, mesmas disciplinas, mesmas matérias, mesmos métodos, mesmo estilo de organização de salas, mesmas matérias para decorar, mesmos exercícios, mesmos desafios. Estou certo que se perguntasse aos meus pais eles responderiam também afirmativamente quanto às semelhanças com a época deles.

Efetivamente, o método de ensino, as disciplinas, a forma de sentar em sala, a forma de educar, o resultado esperado de cada aluno, evoluiu pouco ou nada, quando comparado com a realidade que nos rodeia.

É verdade que se começam a ver alguns tablets ou computadores em salas de aula, existem até algumas lousas eletrónicas e professores que usam powerpoint e escolas com website onde colocam as notas e se comunicam com alunos e pais.

Quando relativizamos tudo isso com o que se passa na sociedade, com o que se passa no mundo do trabalho, com a inovação e tecnologia, com os desafios que esperam os jovens agora em formação, com as novas profissões que irão enfrentar ou mesmo desenhar, com as alterações estruturais em curso no mercado de trabalho, facilmente nos assustamos com o tempo perdido nos bancos escolares.

A aprendizagem passa-se cada vez mais fora da sala de aula, com o que cada um procura e aprende sozinho na internet, tornando-se especialista em matérias que os professores nem se atrevem a sonhar, criando mercados, empresas e negócios que apenas um par de anos atrás não existiam.

Com ferramentas tão simples como um laptop e um smartphone os jovens “viajam”, investigam, partilham, aprendem e desenvolvem competências em áreas novas, provocam inovação, causam mudança. Imaginem se fossem apoiados desde cedo nos bancos escolares?

Continuamos a promover e instigar a mesmice, o “todos pela mesma medida”, as médias, o “uma forma serve para todos”, como se o mundo ainda fosse continuar apenas com Médicos, Engenheiros, Advogados e Economistas.

Continuamos a tratar, considerar, remunerar e qualificar os professores como profissionais de segunda.

Os professores deveriam ser das profissões mais valorizadas, mais prestigiadas, mais bem remuneradas, com maior preocupação de qualificação e modernidade. Deveria existir um grau de exigência, de brilhantismo, de premiação pela inovação e criatividade, pelos resultados e não pelo seguimento cego de programas escritos no século passado por alguém que provavelmente nunca lidou com alunos nos últimos 10 anos.

Preocupa-me este desfasamento gigante entre o mundo real e o mundo académico, preocupa-me o tempo desperdiçado, preocupa-me o sentido de inutilidade de grande parte das matérias lecionadas, preocupa-me que estejamos a desperdiçar mais uma geração que tem tudo para ser muito melhor e ir muito mais além do que nós.

“Education is the most powerful weapon we can use to change the world”

Nelson Mandela

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