Nota da direção editorial: Ultrapassámos os nossos records de audiência em Televisão e Online nos últimos meses. Obrigado por ter estado connosco!

Agora, que começamos um novo ciclo, queremos continuar consigo e a tê-lo sempre ao nosso lado. Mais do que nunca é preciso estarmos juntos!

Desde a igualdade de género ao tema do racismo, da importância da comunidade ao regresso do storytelling, foram 5 dias de pura inspiração e partilha.  

Nos últimos dias do festival digital LIONS Live foram distinguidas as marcas e agências que marcaram a década. A Wieden + Kennedy, Portland foi a grande vencedora na categoria de “Agência Independente” e a ALMAP BBDO, São Paulo foi designada como “Agência da Década”.  

No que toca às marcas, o terceiro lugar foi para a Volkswagen, em segundo lugar a Nike e em primeiro lugar como “Marca da Década” ficou a Procter & Gamble. 

No prémio mais especial e antigo do Cannes Lions, o Palme d´Or, anunciada pela primeira vez em 1956, o grande vencedor foi para produtora MJZ, USA. Já na categoria de “Network da Década” o prémio foi para a BBDO, Worldwide.  

A pandemia de coronavírus veio mostrar que apesar de estamos todos no “mesmo barco” navegamos em barcos diferentes. Os mais vulneráveis e as minorias são mais afetadas pela Covid-19 e por vezes as menos apoiadas.  

Através da união, criatividade e sentido de propósito, as minorias podem emergir mais fortes das crises e é também por isso que o Cannes Lions dedicou os últimos dias dando a conhecer alguns exemplos na indústria da criatividade que olharam para o desafio como uma oportunidade.  

É o caso de uma ideia criativa da Alma & We Are All Human que permitiu que a comunidade hispânica se unisse, emergisse “das sombras” e conseguisse recuperar da pandemia. Um exemplo de como as ideias culturais podem ser transformadas em comunicação relevante.  

Mais do que uma pandemia, o momento revelou os verdadeiros e reais problemas que a sociedade enfrenta e que muitas vezes são ainda tabu.  Ficar em casa permitiu salvar milhões de vidas contra a Covid-19 mas muitas ficaram silenciadas e aprisionadas. Mulheres de todo o mundo foram subitamente presas 24 horas por dia dentro de quatro paredes com um agressor violento. A ONU estima que os incidentes de violência doméstica tenham aumentado em 15 milhões como resultado das restrições da pandemia.  

Com interação social limitada e sem espaço para fazer chamadas particulares, pedir ajuda tornou-se ainda mais difícil. E é aqui que os vizinhos podem fazer toda a diferença, já que também eles próprios ficaram confinados às suas casas, podendo ouvir através das suas paredes o que se passa na casa ao lado. Porque o ditado “entre marido e mulher não se mete a colher” não faz qualquer sentido quando falamos de violência. 

A comunidade criativa está também atenta ao momento e é provável que nos próximos tempos assistamos a uma nova onda de comunicação que pretende novamente debater o assunto na sociedade. 

2020 é um ponto de viragem crucial para o mundo mas sobretudo para os EUA. Tempos tumultuosos marcados pelos vírus mortais da COVID-19 e a injustiça racial desmascararam graves disparidades na sociedade.  

Há até quem fale em duas pandemias. O momento obriga a que todos juntos sejamos capazes de impulsionar a inclusão relevante, encontrando inspiração na preserverança da comunidade. A criatividade é necessária, mais do que nunca, para impor justiça, equidade e mudança.  

Estamos a experienciar um momento único na nossa história, do mundo e da criatividade.

O “era uma vez” está a ser escrito por todos e cada um de nós. O medo é muito, sabemos que sim. É preciso que todo este esforço valha a pena e que no fim o bem vença e termine com um “foram felizes para sempre”.