Encontrava-se num momento de grande crescimento e expansão internacional. Mas o atual contexto provocado pela Covid-19 representou um travão às aspirações das empresas nacionais.

O setor da ourivesaria portuguesa conta com 4300 empresas e mais de 11 mil pessoas e movimenta cerca de 1200 milhões de euros, com exportações acima dos 12%.

Agora, com as exportações “congeladas” e cerca de 80% das empresas encerradas, a ourivesaria nacional afirma viver um momento desafiante. Para além de ter visto cancelar as feiras e atividades de promoção, há ainda o encerramento da entidade certificadora que faz parte da Casa da Moeda – essencial para a retoma do negócio.

Composto por maioritariamente pequenas e médias empresas, muitas delas de cariz familiar e com os seus agregados dependentes da atividade, muitos empresários estão agora a viver um novo contexto de mercado e já admitem quebras de faturação acima dos 75%.

A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP) diz estar preocupada com a crise que se avizinha e está já a trabalhar num conjunto de medidas, prestando consultoria jurídica e financeira às empresas do setor.

A AORP criou ainda plataformas digitais de promoção do negócio, encontrando oportunidades entre a grande ameaça que se prevê para a economia mundial. Um dos exemplos é o Portuguese Jewellery – Shaped with Love, uma plataforma de lojas online de joalharia portuguesa que pretende aproximar as empresas dos seus públicos, à escala global.

A campanha internacional da AORP dá a conhecer as características únicas desta arte secular rica em história. Um legado que passa de geração em geração, com valor sentimental, e que pretende agora reinventar-se em tempos de pandemia.

Nós estivemos à conversa com Nuno Marinho, presidente da AORP, que explica a importância deste setor para a economia nacional.