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Os portugueses alteraram os seus hábitos de consumo desde que
começou a pandemia e muito particularmente o confinamento. São vários os
estudos que o demonstram e muitas as notícias que dão eco desta
realidade. Por isso, não irei falar de tendências, mas de necessidades
que esta realidade (nova) exige.
Com a procura de informação a levar o leitor para as páginas
online dos títulos tradicionais (onde a informação é assinada por um jornalista
com carteira profissional) e para as redes sociais (onde os criadores de
conteúdos – bloggers e instagrammers – têm um papel central) é urgente
diferenciar figura publicitária de opinion maker.
Imagine-se um produto novo que está a entrar no mercado. Existem
vários veículos para o comunicar, mas a aposta recai em influencers.
Como é um produto novo, urge enviar amostras para que estes
criadores de conteúdos possam experimentar e emitir/expressar opinião através
dos seus canais. Contudo, há uma nuance no universo “influencers” que para mim
urge aclarar: a diferença entre influencer figura publicitária e influencer
opinion maker.
Para mim, o influencer figura publicitária é aquele que escreve
conteúdo pago e assinala a sua história nas suas redes sociais como tal, ou
escreve a história a troco de produto e publica de acordo com o previamente
acordado com a marca. É alguém que estaria nas páginas de publicidade de um
jornal.
Enquanto isso, o influencer opinion maker é aquele que escreve de
forma isenta sobre o produto, que orienta o seu público a partir das suas
próprias experiências vividas com uma empresa e/ou produto. É alguém que escreve
a sua opinião e usa rede social como o Instagram para as veicular, mas, dada a
sua isenção, poderia escrever num jornal.
Não quero com isto dizer que o conteúdo patrocinado deva acabar ou
que o seu emissor veicula informação menos verdadeira. Pelo contrário. O
influencer figura publicitária é por si só uma excelente forma de criar uma
ligação genuína com uma larga audiência, e obter resultados palpáveis. No
entanto, e porque estamos perante dois tipos de opinião, há que os diferenciar.
Reforço que ambos são excelentes formas de criar uma ligação
genuína com o público. Contudo, sabemos que o nosso recetor, o consumidor, está
cada vez mais exigente, e que conquistar a sua confiança não é uma tarefa
simples. Por isso, há que comunicar com o máximo de transparência para aumentar
a credibilidade.
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