O que fazer depois dos 50?

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A opinião de Miguel Caeiro
O que fazer depois dos 50?
14 de Junho de 2018
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O que fazer depois dos 50?
Miguel Caeiro
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Os novos 40? A década de ouro? Revisitar, recomeçar e renascer? O que esperamos da segunda metade da nossa vida?

Ao longo dos tempos a sociedade habituou-se a categorizar a população em crianças, jovens, adultos e velhos (mais tarde elegantemente chamados de seniores).

As estatísticas e tradições com que crescemos ensinaram-nos que primeiro tínhamos que estudar, para depois garantir um bom emprego, que na meta idílica dos 60 anos nos garantiria a reforma, chave para os “anos dourados” da velhice.

No entanto, inúmeros factores mudaram radicalmente a percepção e a realidade da terceira ou quarta idade, como preferirem:

• Esperança média de vida aumentou, proporcionando novos horizontes de vida, novas metas no nosso percurso terreno, e é hoje comum termos familiares e entes queridos a ultrapassar, com todas as faculdades mentais, a mítica barreira dos três dígitos;

• Um adulto com 60 anos é hoje um profissional ainda no auge da sua produtividade, atualizado tecnologicamente, com saúde, disposição e muita vontade de concretizar sonhos, que se pudesse trabalharia seguramente mais uns 15 a 20 anos;

• O mercado de trabalho largou ao longo das últimas duas décadas, milhares de pré-reformados, obrigando a reinventar ocupações, hobbies, micro-negócios e mesmo novas profissões e por força de norma rejeita novas contratações para profissionais acima dos 40, considerados “velhos” para as organizações;

• No regresso a casa, após décadas a viver um quotidiano laboral, estas pessoas têm um choque inesperado de rotinas e convivência com o seu cônjuge, e engrossam as filas dos divórcios após os 50’s e criam mais um fenómeno social desconhecido;

• Os sistemas de Segurança Social públicos estão, por regra, falidos, e não garantem mais níveis de segurança razoável, mesmo para quem contribuiu toda uma vida.

Em contradição de maturidade, a quantidade de trintões e quarentões ainda a viver em casa dos pais é gritante, num individualismo consumista e que aumenta e contribui para a de-estruturação do modelo familiar tal como ele era conhecido até hoje. Isto sem falar na geração dos jovens Nem-Nem, que nem estuda nem trabalha.

Na pista rápida estão as famílias dos “teus”, dos “meus” e dos “nossos” em que a mescla de filhos e a logística quase impossível de férias, finais de semana e carros familiares são os pontos fortes, sinais de tempos em que os casamentos deixaram de ser para a vida mas que já se iniciam sabendo que existe uma porta de saída.

Também a clássica geração sanduiche em que ainda tomando conta das crianças já tinha que se ocupar dos progenitores começa a diluir-se, com gerações de avós superactivos, ocupados profissionalmente, viajantes, e que por sua vez, esses sim, tomam conta dos seus progenitores, que, já não tão raramente ultrapassa a antes idílica barreira dos 100.

Posto isto, e estando eu a poucos dias dessa mítica barreira dos 50, todos estes desígnios e planos mais estratégicos são revistos, analisados, ponderados e encapsulados e planos de futuro.

Ponderados os primeiros 50 anos de vida, apenas fui verdadeiramente “útil”, profissionalmente falando, em 60% do tempo. Em resumo, durante 20 anos fui um parasita social.

Olhando para os segundos 50, vamos considerar que voltarei a ser parasita nos mesmos 40%, ou seja, a partir dos 80. Isso significa que tenho, no mínimo, igual número de anos para realizar, concretizar sonhos, projetos, acrescentar valor, doar conhecimento e tempo, enfim, ser ativo. Então de facto, os 50 são a metade da vida. Obviamente que sempre penso em termos médios de expectativas, partindo do principio que terei a graça de Deus de ter saúde pelo menos correspondente à média, com perda gradual mas lenta de algumas faculdades, em alguns casos compensadas com a maturidade, conhecimento, experiência e gestão de expectativas mais ponderada, que tantas vezes me faltaram aos 20, aos 30 e até aos 40.

Sam Walton começou a Wal-Mart aos 44. Gordon Bowker fundou a Starbucks aos 51. Ray Croc começou o McDonald’s aos 52. John Pemberton fundou a Coca Cola aos 55. Roberto Marinho fundou a Rede Globo aos 61. Charles Flint lançou a IBM aos 61.

O regresso aos bancos das Universidades está a ser massivo nestas idades, fenómeno mundial, em busca de recomeços, de profundidade, em busca de continuar a aprender. As atividades de voluntariado, a doação de conhecimento e tempo a terceiros, acrescentar valor, fazer a diferença, retribuir por tantas graças já recebidas.

Imaginem o potencial para uma nova geração de professores, com forte componente de conhecimentos adquiridos, com experiência de vida, com metas cumpridas, disponibilidade de tempo, encontraremos aqui um novo aditivo para o sistema educacional?

Eu por mim, se me deixarem e se ainda souber o meu nome, tenho intenção de trabalhar até aos 110..... Até já.

“Age is an issue of mind over matter. If you don’t mind, it doesn’t matter.”
Mark Twain


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