O que esperar entre o hype e realidade

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A opinião de Alberto Rui Pereira
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23 de Fevereiro de 2024
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O que esperar entre o hype e realidade
Alberto Rui Pereira
CEO IPG Mediabrands Portugal
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Todos os anos, a Consumer Electronics Show (CES), a maior feira de tecnologia do mundo, é o epicentro dos lançamentos e inovação tecnológica. Um autêntico palco de tecnologias emergentes, visões futuristas, antecipação de produtos e outras novidades que geram grande entusiasmo no mercado.


Mas, nem tudo é o que parece. Alguns produtos são mais mediatizados e criam maior burburinho, ofuscando muitas vezes as verdadeiras inovações e gerando um hiato entre ilusão e realidade.


Vejamos o caso da IA e do hype que se gerou em torno do “powered by AI”, devido ao rápido desenvolvimento e à adoção da IA generativa. Tornou-se um termo genérico, associado a muitos produtos e serviços que não beneficiam materialmente da IA. Na realidade, na sua essência, o valor da inteligência artificial não está na sua omnipresença, mas no impacto na experiência do consumidor e produtividade coletiva. Nem tudo precisa de uma interface de conversação alimentada por IA, e nem tudo o que implementa IA é automaticamente inteligente e pronto para o consumidor.


Outro hype prende-se com o fascínio da realidade mista (MR), uma tecnologia que combina realidade virtual com realidade aumentada. Muitos produtos de hardware futurísticos de realidade mista (MR), têm sido apresentados com a promessa de transformar o entretenimento, a educação e o trabalho. No entanto, é improvável que muitas das inovações sejam rapidamente adotadas pelo consumidor.


A realidade sobre a MR é, efetivamente, outra. O potencial transformador desta tecnologia está enraizado na sua capacidade de fundir os mundos digital e físico de formas relevantes, nomeadamente proporcionando experiências interativas e interessantes para os consumidores. O que tem acontecido na arte, com destaque para as experiências coletivas. São exemplo, a Sphere e Meow Wolf, que criam experiências imersivas multimédia que transportam as audiências para reinos fantásticos, oferecendo experiências partilhadas e centradas na comunidade que ultrapassam os limites do entretenimento tradicional e das instalações de arte imersivas.


Também o hype dos veículos elétricos (VE) que tem sido destaque nos últimos anos parece ter abrandado nesta última CES. Surgem agora, com uma narrativa nova, dado que alguns fabricantes de automóveis tradicionais estão a tentar produzir e comercializar novos modelos elétricos, inclusivamente carros movidos a hidrogénio como alternativa. No entanto, a elevada manutenção e a falta de infraestruturas de apoio aos carros a hidrogénio tornam-nos num substituto improvável.


Na realidade, embora o setor dos VE esteja a sofrer alterações, têm surgido novas versões dos elétricos, com a China a liderar o mercado. E, no geral, as vendas de VE estão a crescer mais rapidamente do que qualquer outro segmento automóvel nos EUA, um dos modelos da marca de Elon Musk foi o mais vendido da Europa e, em Portugal, o Tesla aumentou também as vendas, provando que a tendência veio para ficar.


Por fim, definitivamente há um hype em torno da casa inteligente, promessa antiga da indústria de tecnologia. Tem-se falado muito sobre algumas das tecnologias para garantir a conectividade entre os vários dispositivos domésticos inteligentes, e a expetativa que o Matter se transforme no protocolo universal para ligação dos eletrodomésticos, desde o frigorifico ao cortador de relva. Na teoria, embora o Matter tenha potencial, a fraca cultura de automação das nossas casas e os preços elevados da tecnologia, têm travado o impulso dos consumidores e abrandado o entusiasmo.


A CES, enquanto festival de visões competitivas para o futuro, é uma montra do que é possível e um reflexo do que é provável. Mas é fundamental discernir a substância da ilusão para apreciar melhor as verdadeiras inovações que vão moldar o comportamento do consumidor hoje e no futuro.

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