O poder da audiência digital

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A opinião de Uriel Oliveira
O poder da audiência digital
3 de Março de 2022
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Uriel Oliveira
Diretor de Produto da Cision
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A ligação em tempo real das redações aos dados de consumo e interação com as notícias que vão sendo produzidas é o combustível que alimenta hoje o alinhamento editorial e o que define quais os assuntos que vão ser aprofundados e destacados.


Poder-se-á hoje dizer que o gatekeeper (Kurt Lewin, 1947), aquele que define o que será noticiado de acordo como valor-notícia, linha editorial e outros critérios, deixou de ser o chefe de redação, editor ou jornalista e passou a ser a audiência, ou seja, os indivíduos que consomem ativamente as notícias e interagem com elas.


As redações modernas estão conectadas a écrans que minuto a minuto registam o número de indivíduos que estão a ver cada notícia online, quanto tempo passam em cada notícia e que tipo de interação estão a fazer.

Gostos, comentários e partilhas são observados e estabelecem o interesse que determinado tema está a gerar nos leitores. Os jornalistas têm, em tempo real, uma auscultação sobre o interesse despertado pelo seu trabalho, materializada em número de visualizações e cliques e os editores reúnem a informação que necessitam para decidir quais as notícias que devem destacar e desenvolver.


Assim, para além do ajustamento permanente das notícias que devem ser destacadas, partilhadas e aprofundadas em tempo real nos seus websites, o alinhamento do prime time televisivo e das edições impressas do dia seguinte são invariavelmente influenciados por uma análise exaustiva ao comportamento anterior das audiências, face ao que lhes foi mostrado online.


Perante a “democratização” do alinhamento editorial, assente na entrega do controlo por parte dos emissores às suas audiências recetoras, deparamo-nos com uma alteração de forças intervenientes no processo de agenda-setting.


A teoria desenvolvida em 1972 por Maxwell Mcombs e Donald Shaw, sustenta que as audiências dos media não são apenas informadas sobre os assuntos de interesse público, mas são também condicionadas sobre a importância que devem atribuir a cada assunto em função da visibilidade que os media lhe conferem, constatando assim, que influenciam a opinião pública pelo facto de darem mais atenção a alguns assuntos em detrimento de outros.


Ora se efetivamente o controlo sobre a agenda mediática está a ser alinhado em função da vontade da sua própria audiência, poder-se-á depreender que a influência que os media têm na constituição da opinião pública seja agora influenciada pelos próprios cidadãos. Neste caso, serão os indivíduos que ao influenciar o alinhamento e a agenda mediática estarão a contribuir para estabelecer a sua própria influência.


Uma mudança que, numa perspetiva otimista nos deveria conduzir para um jornalismo melhor, alinhado com a vontade e os interesses dos cidadãos, mas que, ao contrário nos está a aproximar perigosamente para o abismo do sensacionalismo e da pós-verdade.


O populismo, de ‘verdades’ alternativas, mensagens apelativas de fácil adesão com forte probabilidade de circulação viral, é uma ameaça real e resulta da progressiva perda de controlo, capacidade de mediação, verificação e interpretação da comunicação social.


Através das redes sociais, os padrões de consumo das notícias são alinhados em função de algoritmos construídos para reagir à interação com os conteúdos e aos interesses, cenário que é propício à criação de bolhas informativas em que circula informação falsa que dificilmente será contrariada dentro desse grupo.


Vivemos, portanto, uma derradeira encruzilhada, entre o potencial de termos o controlo da informação que consumimos e numa atitude colaborativa fazermos evoluir a sociedade e a democracia e, por outro lado, o perigo desse mesmo controlo reverter contra nós próprios e nos fazer regredir civilizacionalmente.


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