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"Ao
longo dos últimos anos são vários os exemplos de mulheres, também
atletas de alta competição, que se têm batido por uma maior
humanização das marcas que as patrocinam."
A
mais recente edição dos Jogos Olímpicos caracterizou-se não
apenas pelas limitações impostas pela Covid-19 ou por desempenhos
históricos por parte de alguns atletas, mas também por ser rica em
episódios que despertaram a atenção do mundo para temas que irão
marcar o futuro próximo das sociedades.
A
coragem de mulheres como a ginasta norte-americana Simon Biles, que
alertou para o problema da doença mental nos atletas de alta
competição, ou a velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya, que
expôs mais uma manobra de opressão por parte do regime do seu país,
além de nos inspirar também obriga as marcas a repensarem
estratégias e, sobretudo, a priorizarem mais o lado humano dos seus
“bens” ao invés apenas das suas vitórias ou derrotas.
Ao
longo dos últimos anos são vários os exemplos de mulheres, também
atletas de alta competição, que se têm batido por uma maior
humanização das marcas que as patrocinam. Um desses exemplos é a
própria Simon Biles que, na passada Primavera, teve a ousadia de
abandonar uma das marcas de sonho para qualquer desportista, a Nike,
em nome de valores que parecem até algo estranhos no universo da
alta competição. A mais condecorada ginasta americana da atualidade
abdicou do seu patrocínio de sonho na adolescência, que vinha desde
os seus 17 anos, por entender que precisava de uma marca parceira que
a desafiasse, que acreditasse na força das mulheres e lhe desse um
apoio mais personalizado para a ajudar a atingir diferentes tipos de
objetivos além dos desportivos. Outro exemlo relevante, também
vindo da realidade americana, é o da velocista Alysson Felix
(vencedora de nove medalhas olímpicas) que, tal como Biles, deixou a
Nike para conseguir ter o suporte necessário para se conseguir
dedicar, além do atletismo, também aos seus papéis de mãe e
ativista.
Ao
contrário do que sempre se verificou até aqui, com a generalidade
dos atletas a olham mais às condições financeiras dadas pelas
marcas e a escolherem os seus parceiros baseados somente nesse
critério, as atletas femininas estão cada vez mais a reivindicar
uma posição de poder na sua relação com as respetivas
patrocinadoras, procurando parcerias que ofereçam a possibilidade de
brilharem em todos os campos da sua vida.
Por
tudo isto, parece-me inevitável que as marcas se adaptem à
realidade e ao perfil atual mais interventivo e socialmente
responsável dos atletas. Mais do que apenas avaliar métricas de
performance desportiva ou índices de notoriedade que estes possam
render, torna-se agora imprescindível considerar variáveis como a
saúde (e não só a física), preferências, paixões, sonhos, vida
pessoal, projetos, ambições, ideologias, entre outros, no sentido
de garantir uma identificação total entre patrocinado e
patrocinador.
Esta
humanização é fundamental para que o desporto volte a ser
entendido pelas gerações vindouras como algo mais do que apenas
“ganhar ou perder”. Por todo o mediatismo associado, esta é uma
indústria cujos protagonistas (atletas, entidades organizadoras,
marcas, etc) têm a obrigação de passar mensagens mais positivas,
de maior preocupação pelo próximo e de maior interesse por causas
realmente importantes. É esse caminho que tem sido aberto ao longo
dos últimos anos por algumas das mulheres acima referidas, e outras,
por isso agora resta-nos, a todos, seguir os bons exemplos e
tentarmos ser ainda mais humanos.
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