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Nota da direção editorial: Nos últimos 3 meses reinventámos o nosso trabalho a partir de casa e conseguimos nunca parar a produção de informação. Criámos mais e novas formas de a fazer chegar até si, apostámos em conferências na web com momentos de reflexão e partilha de conhecimento com profissionais altamente reputados dentro e fora de Portugal, sempre gratuitamente. Produzimos papers de elevado interesse para decisores de empresas com as ideias mais importantes de cada conferência/debate e preparamo-nos agora para iniciar as atividades da nossa Empower Brands Community, na área da academia, para que o conhecimento possa chegar cada vez mais longe e a mais pessoas enriquecendo também o mercado. Estamos a cumprir o nosso propósito.
Imagem - Thanks to Ambitious Creative Co. - Rick Barrett
Nos últimos meses tenho lido bastante sobre o “Novo Normal” e
como nos vamos ajustar a novas realidades. É verdade que estamos numa fase de
adaptação para novas formas de interagir entre pessoas, de fazer negócios e de
comunicar, mas isso nunca irá mudar a necessidade de sentir e de estar perto das
pessoas, principalmente em eventos culturais.
A tecnologia tem permitido “matar
saudades” em reuniões familiares, de continuar em trabalho remoto e até de ver
alguns eventos culturais, mas isso não nos chega. Queremos ir ter com os nossos
familiares, estar com os nossos amigos, (alguns) voltar ao escritório e poder assistir
a concertos ao vivo, peças de teatro, ir ao cinema ou a uma galeria.
Mas na verdade, apesar de já conseguirmos fazer quase tudo, ainda
não temos acesso a eventos culturais como deve de ser. E esta é a parte que me
preocupa. A cultura em Portugal é tratada abaixo de lixo e a pandemia apenas
revelou os seus problemas e a inexistência de uma política séria para a cultura
do nosso país.
Já senti em primeira mão a falta de apoio na cultura através
de algumas aventuras por onde andei. Desde uma banda de rock, até à representação
e autor, reparei que estava “sozinho”, por minha conta. Não há grandes apoios
financeiros (democráticos) ou uma estrutura forte que consiga promover a
actividade cultural e todos os seus criadores. E antes do leitor começar a
pensar que “lá está este a querer viver às minhas custas”, é preciso ver que países
desenvolvidos já perceberam que investir (à séria) na cultura tem um efeito
positivo na qualidade de vida das pessoas, na sociedade e também consegue criar
riqueza.
Investir em apoios para miúdos que queiram ter bandas,
grupos de teatro, fazer uns filmes, pintar ou ser YouTuber, é investir no
futuro, em pessoas felizes com objectivos de vida, que mais tarde vão ser os
criadores disruptivos de uma nova cultura e riqueza humana intangível, que certamente
terá retorno financeiro. Além disso, investir nas pessoas e na promoção cultural,
tem a capacidade de evitar vidas vazias e subsequentemente menos tempo para os
jovens fazerem “parvoíces”.
Mas há todo um universo de pessoas que trabalham
indirectamente para apoiar os artistas e os eventos culturais. Para que alguém
cante há um microfone, luzes, palco. Para quem pinta, há quem abra uma galeria.
Para quem representa, alguém escreverá… e por aí. E para quase todos estes
profissionais, o recibo verde é uma realidade sem rede. Hoje estão na desgraça,
e amanhã os palcos podem ficar vazios.
Há que tornar o nosso país mais culto. Há que sensibilizar
os nossos políticos que a cultura não é apenas para uma elite de “amigos”, para
óperas “difíceis” ou para “estranha” dança contemporânea. Há todo um universo, de
“desconhecidos” que abrange desde o estranho e alternativo até ao popular e
comercial que faz parte de nós, de Portugal.
Eu não estou preparado para viver num mundo sem cultura.
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