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Medo e esperança. Estas são talvez duas das palavras que os brasileiros por estes dias mais utilizam para descrever o seu futuro. Como todas as sondagens apontavam, o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, saiu vitorioso das eleições presidenciais, e são muitas as questões e dúvidas que agora se levantam relativamente ao seu mandato. Para já, “a polarização que marcou estas eleições, bem como a instabilidade que tem existido nos últimos anos têm vindo a fazer recuar o valor da marca Brasil, bem como a sua força em relação aos mais diversos stakeholders”. Quem o diz é João Baluarte, partner da Onstrategy, empresa especialista na avaliação de marcas.
O impacto da vitória do líder do PSL no valor da marca-país “vai depender da estabilidade que se conseguir ao nível político e económico. As posições mais ou menos extremistas do presidente eleito, a ainda incerteza sobre a política económica, e a forma como lidar com os principais problemas sociais do brasil, vão determinar as perspetivas de crescimento da economia, bem como determinar o impacto das perceções sobre os divers de criação de valor, nomeadamente no que diz respeito ao Investimento Direto Estrangeiro, Turismo, retenção e criação de talento humano e em relação aos produtos e serviços”, explica o especialista.
De acordo com a Brand Finance, a marca Brasil tem vindo a cair desde 2014, em particular entre 2014 e 2016, em que caiu cerca de 41%, sobretudo devido à instabilidade política e destituição de Dilma Rousseff.
A primeira reação dos mercados após a eleição de Bolsonaro foi de alta, coadjuvada pela valorização do Real, “antecipando uma evolução positiva da economia”, refere João Baluarte. “O impacto do Investimento Direto Estrangeiro e na competitividade dos produtos e serviços antevê-se positivo, caso estas perspetivas se concretizem e a estabilidade política seja uma realidade. Por outro lado, as posições mais ou menos extremistas e uma deriva associada a uma extrema-direita, que ressuscita atributos do passado, pode, de alguma forma, ter impacto na retenção e criação de talento humano. Já o impacto em relação ao Turismo vai depender da forma como se lidar com a violência, bem como a comunicação da evolução no seu controle”.
E para as marcas portuguesas qual será a implicação? Parece ser também ainda cedo para antecipar o cenário. “Depende do nível de abertura que a Economia venha a ter, assim será o impacto na competitividade das marcas internacionais, num ambiente já de si historicamente protecionista. Nesse sentido, o correto posicionamento no mercado, bem como a gestão da cadeia de produção das multinacionais no Brasil vão determinar a sua melhoria”, conclui o especialista.
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