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Quando surgiu a campanha #deleteUber, Travis Kalanick percebeu que o alastramento viral podia ser mortífero para a marca Uber.
A juntar a isso, um conjunto de desafios como, por exemplo, o mercado fechado em Londres ou até ações judiciais e a forte concorrência nos EUA da Lyft.
Kalanick, servindo-se do seu espírito empreendedor e visionário, apesar de ser um executivo polémico, colocou em marcha um plano que tinha como principal necessidade e objetivo proteger, defender e valorizar a marca.
Nesse sentido lembrou-se de Bozoma Saint John.
Confesso-me admirador do estilo e personalidade de Saint John. Enorme carisma, espampanante e otimista, ninguém fica indiferente à sua forma de estar, agir e trabalhar.
O desafio que lhe é feito é aceite afirmando, entre outras coisas, que “tenho vontade de integrar a equipa da Uber para provar que uma cultura pode mudar, ou então estaremos condenados a dizer que é impossível”.
Bozoma Saint John integra o board da Uber como Chief Brand Officer (CBO). É aqui que se faz a diferença. A capacidade visionária de perceberem a importância do valor da marca no mercado, nos consumidores, junto de todos os stakeholders.
Aqui está a diferença. A coragem de inovar no modelo de governação, percebendo exatamente que as empresas podem e devem mudar. A cultura pode e deve mudar sempre que haja necessidade. Percebendo que o mundo está em contante movimentação e alteração nomeadamente na forma como as pessoas, os consumidores, são tratados.
Foi em Silicon Valley, em junho de 2016, que surge uma estrela em ascensão, quando subiu ao palco da conferência anual de desenvolvimento da Apple.
Bozoma Saint John percebeu que o consumidor adora o produto Uber, mas não gosta necessariamente da marca. Como Chief Brand Officer Saint John percebeu que necessitava de potenciar a componente emocional da marca junto das pessoas. Percebendo o mercado dos EUA formalizou acordos com a National Football League e a National Basketball Association. Adaptando uma cultura pop através destes canais, revelou-se extremamente importante descobrindo uma forma de se falar mais sobre a própria narrativa do conceito e conveniência.
Este pequeno, mas extraordinário exemplo, mostra que o conceito de estrutura de governance das empresas deve adaptar-se a uma nova realidade e a importância da marca é um dos eixos mais importantes de uma organização.
A sua tarefa tem como principal objetivo fazer com que as pessoas se apaixonem por um negócio que se tornou sinónimo da corrente negativa existente em Silicon Valley.
O Chief Brand Officer é uma designação recente, mas mostra claramente que há espaço e necessidade da sua implementação mais generalizada sendo a sua função executiva, fundamental num mundo cada vez mais global e multifacetado face às dinâmicas que são necessárias “inventar” para conquistar os consumidores através dos seus comportamentos. Potenciar, valorizar, criar história, adaptar às tendências, posicionar, criar novas culturas e identidades à volta da marca são tarefas que exigem reconhecimento, primeiro interno e depois para fora.
Bozoma Saint John já está na história pelo caminho que abriu tornando-se inevitavelmente numa personal brand, face ao seu carisma, extravagância e forma de estar. E a Uber uma marca à qual ninguém é indiferente nesta era da sharing economy.
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