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Rigor e credibilidade são as maiores preocupações do jornalismo moderno. Os jornalistas prometem enfrentar ativamente a desinformação com a exatidão dos factos e querem que a comunicação social continue a ser reconhecida como fonte credível de notícias. Apesar de reticentes com o impacto das tecnologias emergentes e em particular com a ascensão da inteligência artificial generativa, protagonizada principalmente pelo famoso ChatGPT, reconhecem que, quem se esconder desta realidade, estará em desvantagem, e até assumem que histórias e conclusões contadas por humanos poderão enriquecer o conteúdo e conviver em sintonia com máquinas criadoras de textos.
Os dados são cada vez mais o fator-chave, para além de conduzirem aos temas que a audiência valoriza, são suporte e valor acrescentado das notícias, bem como garantia tangível para medir sucessos e insucessos.
Estas são algumas das conclusões que se podem tirar da leitura do relatório “Estado dos Media 2023” publicado pela Cision, que entrevistou, em fevereiro e março, um total de 3.132 jornalistas em 17 mercados: EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Finlândia, Suécia, Itália, Espanha, Portugal, China, Austrália, Singapura, Malásia, Indonésia, Taiwan e Hong Kong.
"Assegurar que os conteúdos são exatos" foi considerada a principal prioridade pelos jornalistas (58%), bem como da organização para quem trabalham (43%). Mais de 1/4 dos jornalistas (27%) respondeu que o seu maior desafio é manter a credibilidade como fonte de notícias fiável. Além disso, quando questionados sobre desafios que se colocam às novas gerações de jornalistas, muitas respostas centraram-se na redução da "parcialidade" e na separação entre "factos e opiniões".
Como perspetivas de futuro, os jornalistas evidenciaram a importância da manutenção da exatidão, a redução da parcialidade e a adaptação a um sector cada vez mais tecnológico e dependente de dados.
40% dos jornalistas afirmam depender mais dos dados este ano e 66% dizem que fornecer dados e fontes especializadas é uma forma de os profissionais de comunicação facilitarem o seu trabalho.
De forma esmagadora, os jornalistas acreditam que o número de leitores/visualizações e engagement são os principais indicadores de sucesso para os meios de comunicação.
A dependência dos dados ligou as Redações em tempo real ao número de visualizações e interações com as notícias que estão a produzir, definindo dinamicamente o critério de agenda, afinando o alinhamento editorial, as temáticas e os furos que deverão ser aprofundados e destacados. O novo gatekeeper, quem define o que será noticiado de acordo como valor-notícia, linha editorial e outros critérios, é cada vez menos o chefe de Redação, o editor ou o jornalista e cada vez mais os dados que vêm da sua própria audiência, ou seja, os indivíduos que consomem ativamente as notícias e interagem com elas.
As plataformas das redes sociais são espaços utilizados pelos jornalistas para recolher dados, bem como para estabelecer contactos e promover o seu próprio trabalho.
Os jornalistas pretendem aumentar a sua audiência no LinkedIn e no Instagram no próximo ano, enquanto reduzem a sua dependência do Twitter, citando as alterações introduzidas na plataforma pela nova Direção. As suas expectativas de aumentar a utilização do Instagram, do TikTok e do YouTube devem-se ao aumento da popularidade e ao facto de irem onde estão os seus públicos.
Quando questionados sobre como usam os media sociais no seu trabalho, 44% dos jornalistas dizem que usam para captar tendências e mais da metade (52%) para monitorizar notícias, palavras-chave e órgãos de comunicação social concorrentes.
O “Estado dos Media 2023” revela ainda dicas para profissionais da comunicação estabelecerem relacionamentos sustentáveis com os media, como chamar a atenção de um jornalista, construir conteúdos, utilizar recursos multimédia, fazer títulos, lançar um produto ou o que fazer para conseguir mais cobertura mediática, pelo que para saber tudo, o melhor mesmo é obter o documento integral aqui.
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