Esta e outras conclusões são detalhadas no Estado dos Media 2022, um estudo da Cision realizado com base num inquérito a 3800 jornalistas e 2160 meios de comunicação social em 17 regiões do mundo, que para além de revelar o sentimento da indústria dos media, estabelece as linhas de orientação que os profissionais da comunicação devem ter em conta para conquistar os jornalistas.

Quando questionados qual terá sido o maior desafio para o jornalismo nos últimos 12 meses, manter a credibilidade como fonte confiável combatendo acusações de “fake news” (32%), falta de recursos humanos e mais trabalho (16%) e o declínio da publicidade e receitas de circulação (16%) estão no topo das preocupações.

Depois de um período de pandemia em que as pessoas necessitaram de boa informação para se protegerem da doença, e que resultou num período em que os índices de confiança nos media registaram significativas melhorias, a maioria dos jornalistas (57%) sentem agora que as audiências perderam a confiança nos meios de comunicação social durante o ano passado, um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Esta quebra da confiança nas notícias no pós-pandemia, é igualmente sustentada pelo estudo Digital News Report 2022 do Reuters Institute, praticamente em todos os países analisados.

A ligação em tempo real das redações aos dados de consumo e interação com as notícias que vão sendo produzidas é hoje um dos principais argumentos para definição do alinhamento editorial, nomeadamente ao nível das temáticas que vão ser aprofundadas e destacadas. O novo gatekeeper, quem define o que será noticiado de acordo como valor-notícia, linha editorial e outros critérios, é cada vez menos o chefe de redação, o editor ou o jornalista e cada mais a própria audiência, ou seja, os indivíduos que consomem ativamente as notícias e interagem com elas. Assim, 59% dos jornalistas concordam que a disponibilidade de métricas detalhadas de audiência está a fazê-los repensar a forma como avaliam as histórias.

Sobre a relação entre profissionais de relações públicas (RP) e jornalistas, o estudo revela que três em cada quatro jornalistas consideram que a grande maioria da informação que recebem dos profissionais de RP é irrelevante, o que justifica que 63% considerem que a necessidade de compreensão do público-alvo por parte dos profissionais de comunicação é o fator mais relevante na relação entre ambos.

A maioria dos jornalistas utilizam as redes sociais para publicar conteúdo (20%), interagir com a sua audiência (18%) e fazer networking (16%) e apenas 4% preferem esta via para serem contactados.

O press release continua a ser a fonte que os jornalistas mais valorizam para criar histórias ou para despertar ideias para histórias; três em quatro jornalistas quer receber press releases de profissionais de RP mais do que qualquer outro conteúdo.

Os jornalistas não querem receber spam com informação irrelevante (74%), informação imprecisa ou sem fontes (60%), apresentações que mais parecem brochuras comerciais (51%) e follow up a mais (48%).

O Estado dos Media 2022 revela ainda outras dicas fundamentais, como chamar à atenção de um jornalista, como construir conteúdos, como utilizar recursos multimédia, como fazer títulos, como lançar um produto e a check list do que fazer para conseguir mais cobertura mediática, pelo que para saber tudo, o melhor mesmo é obter o documento integral aqui.