O consumidor vai nu

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A opinião de Nuno Crispim
O consumidor vai nu
9 de Abril de 2021
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Nuno Crispim
Diretor de Marketing Vitacress

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Com tanta informação armazenada “na nuvem”, porque é que ficamos tão surpreendidos quando chove? Se até no Sahara acontece, é apenas natural que de vez em quando caiam umas pingas de dados e, lá de vez em quando, um dilúvio.

 

Na semana passada ganhou visibilidade uma destas tempestades, com a informação de que o Facebook deixou uma porta aberta por onde saíram os dados de “apenas” 533 milhões (!) de pessoas. O potencial de uma fuga destas é extraordinário e vai muito além do comportamento de cada utilizador na plataforma: basta lembrar que mesmo quem não criou um perfil de Facebook, provavelmente já terá um criado automaticamente que o segue pelas sombras da internet.

 

Para o utilizador típico de meios informáticos, o risco de ser alvo de um ataque pirata não é ignorado, mas costuma ser enquadrado na probabilidade de um ataque dirigido: afinal de contas, se não somos personalidades públicas, não justificaremos o esforço de alguém para tentar entrar no nosso computador ou na nossa conta online.

 

A falácia deste raciocínio prende-se com a relação de um para um, ou seja, de um hacker para um utilizador, quando na realidade a maior probabilidade de fuga de dados do cidadão comum está relacionada com situações não direcionadas, em que um hacker, um grupo de indivíduos ou até uma entidade estatal, consegue não só aceder a bases de dados massivas, mas também abrir o seu acesso ao comum dos mortais.

 

Se é certo que um hacker profissional não terá grande interesse na nossa pessoa, não é difícil pensar que algum colega ou conhecido menos bem-intencionado faça uma pesquisa com o nosso email para ver o que é que encontra…

 

O site https://haveibeenpwned.com/ contabiliza 11 mil milhões de contas invadidas, pesquisáveis através de números de telefone ou morada de email. Embora não permita o acesso aos dados roubados, informou-me por exemplo que eu próprio já tive 11 (!) contas pessoais abertas aos olhos de outros, onde se incluem serviços como o LinkedIn (juntamente com outros 164 milhões de utilizadores), a Dropbox (68 milhões) ou o Zomato (17 milhões), além de outros serviços que, tanto quanto sei, nunca tinha subscrito ou utilizado.

 

Diz-se que as opções sobre privacidade que vão surgindo servem fundamentalmente para dar aos utilizadores uma falsa sensação de domínio sobre os seus dados: o que seria de nós se o RGPD não nos tivesse vindo obrigar a aceitar a oferta desta informação dúzias de vezes por dia, enquanto navegamos na internet? Quem tanto confirma, certamente que o faz em consciência!

 

Pode ser que dêem frutos os esforços do Tim Berners-Lee, criador dos standards que deram lugar à criação da internet, ele que está hoje em dia dedicado a criar ferramentas que permitam controlar a política voraz de colheita e armazenamento


 

de dados, colocando o utilizador efetivamente no controlo, permitindo a sua utilização para propósitos específicos, limitados no tempo e abrangência.

 

Como diz o ditado, quem anda à chuva, molha-se: consta que apenas o top 15 das fugas até à data já bateram à porta de metade da população mundial. Parece que o boletim meteorológico prevê um céu muito nublado, com aguaceiros frequentes e ocasionais tempestades tropicais: é melhor abrigar-se, porque o chapéu de chuva e gabardine que lhe ofereceram, na verdade…



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