As redes sociais trouxeram uma enorme visibilidade às marcas, sobretudo ligadas ao mundo têxtil. Hoje as designadas “it girls”, ou seja, influenciadoras digitais seguidas por milhares ou até milhões, exibem o seu guarda-roupa diário através de fotografias que geram impacto e retorno para as marcas.

A verdade é que se houve tempos em que a roupa de desporto era exclusivamente usada em ginásios, courts ou numa caminhada ao ar livre, hoje passou para os escritórios, restaurantes, eventos e festas. Há muito que o desporto está na moda, e já não pensamos em não usar uns ténis desportivos no dia a dia.

“A moda desportiva saiu dos ginásios e invadiu a rua. Todas as marcas estão a desenvolver coleções inspiradas na moda desportiva, mesmo as marcas de luxo. A Fila vê-se nesta tendência como “peixe na água”, refere-nos Nuno Peixoto, brand manager da marca em Portugal.

A Fila afirma-se mesmo como a primeira marca a quebrar alguns “tabus” e a arriscar em cores berrantes ou grandes logos. “O que algumas marcas estão agora a fazer já a Fila fazia há muitos anos, assim sendo, e aproveitando também o “revival” das décadas de 80 e 90, a Fila tem modernizado e voltado a apresentar clássicos das coleções dessas décadas com enorme sucesso”, acrescenta o responsável.

E diz mais: a prova de que a Fila está na linha da frente desta tendência são as inúmeras colaborações que a marca tem feito, com destaque para a FENDI.

Tal como todas as marcas, a Fila consegue ver a oportunidade das redes sociais e a estratégia passa por chegar com autenticidade aos consumidores, lançando modelos com um forte ADN e um storytelling por detrás, sem esquecer os influenciadores.

“Essa autenticidade permite-nos ter milhares de influenciadores que comunicam a marca de uma forma genuína…porque gostam! Ao nível do desporto mantemos a nossa ligação ao ténis, sendo nosso embaixador o Pedro Sousa, nº2 do ranking nacional”, acrescenta Nuno Peixoto.

No fundo, o que a marca quer é reforçar a sua herança.

Mas será que sabe como nasceu a Fila?

A história da Fila remonta ao ano de 1911 quando a empresa foi fundada por Giansevero Fila e três dos seus irmãos na pequena cidade de Biella, próxima a Milão e nas sombras dos belos e exuberantes Alpes Italianos. Inicialmente a empresa começou por confecionar roupas íntimas para as pessoas da região. Nos anos seguintes ficou conhecida em toda a Itália pela alta qualidade do seu vestuário. Mas foi sob o comando de Enrico Frachey que entrou definitivamente no desporto, em 1973, após adquirir experiência no mercado têxtil durante décadas.

Ainda nesse ano, a empresa lançou a sua primeira linha de vestuário desportivo para a prática do ténis, desporto em que a Fila estaria intimamente ligada nas décadas seguintes.

Essa primeira linha designada de “White Line” foi uma verdadeira novidade para o conservador e clássico mundo do ténis na época. Ao contrário do que possa indicar o nome, a marca apostou em peças de cores vibrantes, utilizadas pelo tenista Björn Borg, primeiro a vestir a roupa desportiva da Fila apenas com a primeira letra da marca (o famoso logotipo chamado F-BOX).

Em 1976 a marca lançou a famosa “Sail Cloth Jacket”, um blusão único, feito a partir do mesmo material que as velas de barco e quatro bolsos com uma prega lateral projetados para permitir maior liberdade de movimento, além de enchimentos nos ombros e cotovelos, para ser utilizada em alpinismo e esqui na neve.

Só em 1983 é que lançou no mercado a sua primeira linha de calçado e a primeira sandália da marca. Em 1988 voltou a atrair a atenção mundial ao assinar patrocínio com o tenista alemão Boris Becker, que se tornou a sua principais estrelas nos anos seguintes e conquistou importantes torneios vestindo equipamentos da marca italiana.

Em 2015 a Fila chega a Portugal pelas mãos da Bedivar S.A., uma empresa focada em trazer para o mercado nacional as melhores marcas de calçado e lifestyle internacionais.

“A evolução da marca em Portugal tem sido rápida mas consolidada e atualmente estamos presentes nas melhores lojas de todo o país. A nossa estratégia tem passado por uma seleção rigorosa de clientes e dos produtos a colocar nesses clientes, permitindo que os diferentes segmentos do mercado possam apresentar propostas diferenciadas aos seus consumidores. Neste momento estamos presentes em mais de 120 clientes, o que significa mais de 200 pontos de venda”, explica o responsável da marca em Portugal.

Uma marca centenária que diz conseguir manter-se no mercado pela aposta na qualidade dos produtos, inovação e mantendo-se fiel à sua história.

“As novas gerações inspiram-se nas histórias das marcas para fazer as suas escolhas e percebem que a Fila é uma marca que está no mercado há muitos anos e que sempre manteve as suas raízes, é essa autenticidade que agrada às novas gerações”, acrescenta Nuno Peixoto.

Por agora a marca diz que o futuro passa por nunca perder a autenticidade que a mantém junto dos consumidores e acompanhar as tendências de mercado sem nunca “renegar” ao seu passado.

“Desde que iniciámos esta “viagem” com a Fila que a evolução no nosso mercado tem sido extraordinária. Em 2017 crescemos mais de 30% em relação a 2016. Em 2018 vamos fechar o ano com um aumento de vendas superior a 130% em comparação com 2017 e a perspetiva é crescer acima dos 40% em 2019”, explica-nos o responsável.

A nível internacional a Fila quer continuar a crescer mas é sobretudo a Europa, o mercado mais importante.